"Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele."
[Declaração Universal dos Direitos Humanos, artigo 10]
O Prêmio Nobel da Paz de 2010, presidente do suposto país mais democrático do mundo, Barack Obama, se dirigiu ontem a toda a cidadania planetária para comunicar e comemorar a execução sumária, com um tiro na cabeça, sem direito a defesa, sem direito a julgamento, a execução sumária do ativista saudita Osama bin Laden, em Abbottabad, Paquistão.
Unidade de elite do Exército norte-americano tomou de assalto a casa-fortaleza onde o líder da Al Qaeda se refugiava. Segundo os americanos, Osama resistiu e foi alvejado na cabeça. Outros acompanhantes seus, três homens e uma mulher, foram igualmente executados pelas Forças do Bem. Entre os homens estaria um dos filhos de Osama.
"A Justiça foi feita!", declarou todo pimpão o candidato à reeleição, com popularidade em baixa, precisando urgentemente de um bom cabo eleitoral. Encontrou.
Sem apuração de qualquer culpabilidade ou envolvimento com terrorismo, os acompanhantes de Osama, que poderiam ser até serviçais, quem sabe, foram chacinados, sem dó nem piedade, numa ação rápida, que durou 40 minutos. Por que a pressa?
O cadáver de Osama, segundo seus executores, foi "atirado ao mar", também pela decisão soberana do "dono do mundo".
Os vassalos do dono do mundo, todos nós, nunca saberemos em que condições Osama foi assassinado, se com 1 tiro na cabeça ou 300 pelo corpo todo, atirado aos peixes que foi...
Nenhum ser humano verdadeiramente digno comemora a morte de quem quer que seja.
Nenhum país verdadeiramente democrático, que respeita os Direitos Humanos, faz justiça com as próprias mãos, executando barbaramente quem quer que seja.
Não vivemos na selva. Não vivemos em cavernas. Já ultrapassamos há milênios a Idade da Pedra Lascada.
Vivemos na sociedade planetária. Dispomos de ordenamento jurídico sofisticado, Tribunal Penal Internacional e outras instâncias afins.
Somos todos cidadãos, com direitos e obrigações.
Todos, sem exceção, cidadãos com Direito à Vida, a julgamento justo, público, por tribunal independente.
A Justiça foi feita?
Oh, my God!
Um comentário:
Parece que o Prémio Nobel da Paz, não vai ficar em guerra, com a sua consciência, por causa dum pormenor sem importância, na "Declaração Universal dos Direitos Humanos". Se calhar só são homens os norte americanos e nós não sabíamos!
Abração!
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