domingo, 5 de junho de 2011

'Fogueteira do Maracanã' morre após aneurisma cerebral

Rosinery Mello do Nascimento, de 45 anos, conhecida como a “fogueteira do Maracanã”, teve morte cerebral decretada na noite deste sábado, no Hospital Naval Marcílio Dias, em função de um aneurisma cerebral. Ela foi operada, mas não resistiu. Rosenery ficou famosa pelo episódio com um sinalizador numa partida entre Brasil e Chile, no Maracanã, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1990. Após o fato, ela posou nua para a revista Playboy, sendo capa da edição de novembro de 1989.

Ela morava em Araruama, na Região dos Lagos, e deixou três filhos, sendo dois do segundo casamento, com um militar da Marinha. O sepultamento deverá ser nesta segunda-feira, em São Gonçalo, às 12 horas, no cemitério Parque da Paz.

No dia 3 de setembro de 1989, Brasil e Chile jogaram no Maracanã. Aos 24 minutos do segundo tempo, quando o Brasil vencia por 1 a 0, a torcedora, na época com 24 anos, disparou um sinalizador usado em embarcações [ver vídeo abaixo]. A chama foi em direção ao gramado e caiu próxima do goleiro chileno, Roberto Rojas, que caiu no chão, levando as mãos ao rosto. No estádio e também na transmissão pela televisão, a impressão geral foi de que o goleiro tivesse sido atingido pela chama. O goleiro foi carregado, ensanguentado, e o árbitro argentino Juan Lostau encerrou a partida depois de aguardar por 20 minutos o retorno dos chilenos ao gramado, o que não ocorreu.

Rosinery chegou a ser presa por conta do episódio, mas acabou liberada após ser constatado, através de fotos e imagens da televisão, que o sinalizador não atingiu Rojas. O goleiro chileno tinha uma lâmina na luva e cortou o próprio supercílio para simular o incidente. O fato foi confirmado posteriormente em exames que não apontaram vestígios de pólvora no ferimento. O Brasil escapou da punição e a torcedora ganhou fama.

Rojas, o técnico Orlando Avarena, o médico Daniel Rodríguez e o cartola Sergio Stoppel foram banidos do futebol pela Fifa, com a Federação Chilena, além do capitão Fernando Astengo, sendo suspensos por quatro anos. O episódio tirou o Chile das eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994. Rojas foi anistiado pela Fifa em 2001 e voltou a trabalhar no futebol como preparador de goleiros. Depois, chegou a ser técnico do São Paulo.


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