quarta-feira, 15 de junho de 2011
A politização da economia
Se a política se “economizou”, digamos assim, a economia se politizou, principalmente nas páginas dos jornais. O que não seria uma contradição, já que são atividades complementares, torna-se maléfico pelos objetivos que esconde. A "economização" da política afasta o cidadão do que o atinge diretamente, e a politização da economia o impede de ver o país real.
O noticiário econômico é, frequentemente, dominado por questões do interesse do mercado, como o aumento da taxa de juros, o que leva o tema da inflação a se perpetuar nas páginas, mesmo quando os indicadores já mostram o arrefecimento da alta momentânea. A leitura dos jornais passa uma idéia de que o Brasil se debate com uma inflação preocupante e está à beira da paralisação, quando a realidade é bem diferente.
Basta dar uma olhada no cenário internacional para ver como o país se posiciona. A dívida dos Estados Unidos já atingiu o limite legal de US$ 14,3 trilhões, e o governo pede a elevação do teto sob pena de sérios prejuízos aos títulos do Tesouro. A Europa enfrenta uma crise séria nos países mais pobres da zona do euro, com o os conflitos nas ruas da Grécia avisando Espanha, Irlanda e Portugal o que as espera amanhã.
Enquanto isso, o Brasil, um dos primeiros países a sair da crise financeira global, justamente por enfrentar politicamente a questão econômica, projeta seu futuro com entusiasmo diante de elementos concretos, como a exploração do pré-sal, as políticas públicas desenvolvimentistas e a necessidade de melhorar a infraestrutura para o crescimento e para a Copa do Mundo e a Olimpíada que se aproximam.
A realidade que o país vive é de expansão e não de recessão ou temores. O noticiário econômico poderia estar recheado de boas notícias se fosse do interesse dos grandes meios destacá-las. As novidades estão aí e é impossível evitá-las. Não ocupam as manchetes, mas têm alto impacto mesmo que não priorizadas. A busca por engenheiros por parte das empresas é incessante para projetos nas áreas de mineração, do petróleo, da construção civil e de infraestrutura. E os projetos são todos de longo prazo, o que permite enxergar um ciclo virtuoso para o país.
O pré-sal, que muitos trataram como fictício, eleva os investimentos da Petrobras e atrai conhecimento para o país. Por meio de notícia que também não foi manchete, sabe-se que já não existe mais espaço para empresas se instalarem no centro de pesquisa da UFRJ, no Rio de Janeiro. E não se trata de internacionalização das nossas riquezas. Todas atuam como parceiras da Petrobras e são obrigadas por lei a destinar 1% da receita bruta obtida com a exploração de petróleo a atividades de pesquisa.
As perspectivas brasileiras são as melhores possíveis. E se olharmos o país um pouco além das previsões das aves de mau agouro, é possível vislumbrar um cenário positivo de crescimento econômico de longo prazo, que o país não experimenta desde os anos gloriosos de 1930 a 1980.
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