Ruanda ainda vive um período conturbado no cenário político, com o levante em tribos adversárias à do governo |
Pauline Nyiramasuhuko, de 65 anos, ex-ministra de Ruanda, foi condenada à prisão perpétua por participação no genocídio e no estupro de mulheres e meninas da etnia Tutsi. A sentença fez dela a primeira mulher condenada pelo tribunal das Nações Unidas que julga o genocídio no país africano.
Nyiramasuhuko, o filho dela e mais quatro ex-autoridades de Ruanda foram considerados culpados depois de dez anos de julgamento. O julgamento teve início em 2001 e foi usado pelo governo ruandês como exemplo da lentidão da Justiça no tribunal da ONU, que tem sede em Arusha, na Tanzânia. Cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados foram assassinados durante os massacres, em 1994.
A procuradoria do Tribunal Criminal Internacional para Ruanda (ICTR, sigla em inglês) acusava a ex-ministra de participar da decisão do governo de criar milícias em todo o país. O objetivo das milícias é exterminar a população Tutsi o mais rapidamente possível.
Nyiramasuhuko e o filho Arsène Shalom Ntahobali, que tinha pouco mais de 20 anos à época, foram acusados de organizar o sequestros e estupros de mulheres e meninas tutsis. Ntahobali também foi condenado à prisão perpétua. Nyiramasuhuko se declarou inocente de todas as acusações.
O governo do qual Nyiramasuhuko fazia parte demitiu a mais antiga autoridade distrital de Butare, que se opunha ao genocídio. Ele nunca mais foi visto. Os massacres começaram depois da sua substituição. Milícias da capital de Ruanda, Kigali, foram levadas até a região de Butare para dar apoio ao genocídio.
A promotoria concluiu que a ex-ministra e o filho forçavam as pessoas a ficar nuas antes de colocá-las em caminhões, que as levavam para serem assassinadas. Duas freiras foram consideradas culpadas em uma corte na Bélgica por participação no genocídio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário