segunda-feira, 18 de julho de 2011

As repetidas grosserias da mídia de mercado

Por Mario Augusto Jakobskind 

Realmente, O Globo não se emenda em matéria de mentiras e manipulações da informação. Quem tiver dúvidas a esse respeito basta acompanhar com atenção o que dizem os colunistas de sempre, como Luiz Garcia, já comentado neste espaço democrático, e outros.

Uma edição depois de Garcia, Merval Pereira, o “imortal” de dois livros, um deles contra Lula e o outro dividindo espaço com outros articulistas, desancou contra as tentativas que estão sendo feitas para democratizar os meios de comunicação.

Com base também em mentiras que não resistem a um aprofundamento, o colunista de O Globo volta à cantilena de sempre segundo a qual em países da América do Sul restringe-se a liberdade de imprensa. Pereira usa de meias verdades e mesmo mentiras para atacar figuras que não aceitam o monopólio da informação.

A verdade é que a mídia de mercado, defendida com unhas e dentes pelo “imortal”, está cada vez mais preocupada com os novos espaços midiáticos que se abrem em vários países e que tendem a neutralizar as mentiras e meias verdades assacadas por colunistas como Merval Pereira e Luiz Garcia, por exemplo.

Pereira não resiste a uma checagem, muito menos a um debate. Se alguém tem dúvidas a esse respeito deve solicitar a alguma entidade que promova debate com a presença de Pereira e alguém que representa exatamente o oposto de seu pensamento. O colunista de O Globo vai fugir ao confronto democrático de ideias, porque está acostumado a escrever sem contestações ou então palestrar para públicos do tipo Clube Militar, agradando militares que comandavam o país durante o regime ditatorial pós-64.

Esta é a verdade dos fatos. Cada vez mais a mídia de mercado se volta contra os países onde a área midiática passa por transformações democráticas que entram em choque com os grandes proprietários de veículos de comunicação, hoje associados a poderosos grupos econômicos, desde o agronegócio, ao setor financeiro, passando por figuras como Ike Batista, que está transformando certas regiões do Estado do Rio em feudos onde famílias que ocupam áreas de interesse do grupo empresarial estão sendo desalojadas violentamente e ainda por cima com a colaboração de forças de segurança comandadas pelo governador Sérgio Cabral.

Para dourar a pílula, Batista se vale da mídia de mercado e não raramente de colunistas do estilo Luiz Garcia ou Merval Pereira para tentar convencer a opinião pública que está trazendo progresso. Um velho esquema com novas formas de dominação.

Uma mídia democratizada, onde todos os setores sociais tenham espaço desagrada profundamente os proprietários de veículos de comunicação, que preferem adotar a estratégia da mentira e de meias verdades.

O caso mais concreto nos últimos tempos é a raiva com que jornais conservadores e canais de televisão tratam a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner e todos os dirigentes que não rezam pela cartilha do conservadorismo.

É por aí que se entende melhor porque diariamente são veiculadas matérias, artigos e editoriais contra os governos da Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador, sobretudo.

Merval em seu artigo do último sábado foi escalado para desancar sobre Lula e José Dirceu, exatamente porque os dois se pronunciaram recentemente contra as manipulações midiáticas comuns nos meios de comunicação de mercado, prática não apenas comum na mídia controlada pelo magnata Rupert Murdoch, mas em muitas outras pelo mundo.

Quem não ler com atenção os mencionados colunistas e o que os outros dizem poderá cair no conto da mentira, das meias verdades e das manipulações que verdadeiramente deformam o jornalismo. E ainda mais sair por aí repetindo o pensamento deformado e defensor dos big-shots midiáticos.

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