Integrantes do Ministério dos Transportes: Alfredo Nascimento, Paulo Sérgio Passos, Luiz Antonio Pagot e Mauro Barbosa da Silva |
Desta vez, a Presidenta agiu rápido e firme.
Não deixou “esquentar” a denúncia da Veja sobre possíveis atos de corrupção no Ministério dos Transportes.
Determinou que o Ministro Alfredo Nascimento afaste todo o segundo escalão até que tudo seja esclarecido.
Em memória do ex-presidente Itamar Franco, recorde-se que ele fez o mesmo com o sr. Henrique Hargreaves, depois reintegrado pela inconsistência das denúncias.
Aliás, a atitude da presidenta não foi motivada pelas denúncias da revista, o que fica claro na matéria publicada no site da própria Veja, dizendo que:
“No último dia 24 (de junho, portanto), a presidente Dilma Rousseff se reuniu com integrantes da cúpula do Ministério dos Transportes no Palácio do Planalto. Ao lado das ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam Belchior (Planejamento), ela reclamou dos aumentos sucessivos dos custos das obras em rodovias e ferrovias, criticou o descontrole nos aditivos realizados em contratos firmados com empreiteiras e mandou suspender o início de novos projetos. Dilma disse que o Ministério dos Transportes está sem controle, que as obras estão com os preços “inflados” e anunciou uma intervenção na pasta comandada pelo PR — que cobra 4% de propina das empresas prestadoras de serviços.”
(…) Com planilhas e documentos sobre a mesa, Dilma elevou o tom no encontro com representantes da pasta: “O Ministério dos Transportes está descontrolado”. A presidente chamou de “abusiva”, por exemplo, a elevação do orçamento de obras em ferrovias, que passou de 11,9 bilhões de reais, em março de 2010, para 16,4 bilhões neste mês — salto de 38% em pouco mais de um ano. Dilma também se irritou em especial com a Valec, estatal que cuida da malha ferroviária, e com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pelas rodovias.
O secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio Passos, o diretor-geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot, e o diretor de Engenharia da Valec, Luiz Carlos Machado de Oliveira também estavam na reunião em que Dilma mais falou do que ouviu.
“Vocês ficam insuflando o valor das obras. Não há orçamento fiscal que resista aos aumentos propostos pelo Ministério dos Transportes. Eu teria de dobrar a carga tributária do país para dar conta”, disse Dilma, quando a reunião caminhava para o fim. Ela deu o diagnóstico: “Vocês precisam de babá. E terão três a partir de agora: a Míriam, a Gleisi e eu”.
Agora, procedentes ou não as denúncias, a Veja mostra que tudo ali é armado. O título da matéria, no site, é “Oposição exige postura mais firme de Dilma contra PR” . Eles já leram a revista? Nem precisa, leia só o primeiro parágrafo:
“Senadores democratas e tucanos exigiram nesta segunda-feira uma postura mais firme da presidente Dilma Rousseff diante de denúncias de corrupção envolvendo o Ministério dos Transportes, comandado pelo PR. Reportagem de VEJA desta semana revela um esquema de pagamento de propina para caciques do PR, Partido da República, em troca de contratos de obras”.
Uai, a revista não foi publicada de ontem para hoje? “Nesta segunda-feira”? Hoje é sábado. Foi segunda passada ou é depois de amanhã? Se foi na passada, exigiram a quem, à Veja? É estranho que exigissem “mais” se ainda não tinha sido, publicamente, nada até então. Se é a próxima, a Veja já se adianta por eles? Aí é mais crível, até porque a Veja fala o que a oposição fala e vice-versa.
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