O magnata australiano Murdoch é o proprietário da News Corp., rede que controla o jornal News of the World Foto: AFP |
As acusações de que funcionários do News of the World estariam envolvidos em interceptação ilegal de telefones começaram a aparecer em 2006. Em 2007, a Justiça britânica condenou à prisão o correspondente do jornal para assuntos da Realeza Clive Goodman e o investigador Glenn Mulcaire por causa do grampo ilegal de telefones de membros família real.
A Polícia Metropolitana de Londres iniciou uma nova investigação em janeiro de 2011, após alegações de que milhares de pessoas, entre elas atores, políticos, jogadores de futebol, apresentadores de TV e outras celebridades, tiveram seus telefones hackeados.
Em abril deste ano, o tabloide admitiu pela primeira vez publicamente ter interceptado mensagens deixadas na caixa postal de celulares de pessoas envolvidas em casos cobertos pelo jornal. O caso ganhou contornos de escândalo no início de julho, com a denúncia de que um detetive que trabalhava para o jornal teria grampeado o telefone celular de Milly Dowler, uma menina de 13 anos que desapareceu em 2002. O tabloide dominical britânico News of the World, o mais vendido do país, foi fechado no dia 10 de julho por seu controlador, o grupo News International, devido ao envolvimento do jornal no escândalo.
Na sexta-feira, 8 de julho, Andy Coulson, diretor do NotW na época em que o jornal estaria efetuando escutas ilegais, é preso sob a acusação de conspirar para interceptar comunicações.
No dia 14 de julho, o proprietário da News Corp., de rede de empresas proprietária do NotW, Rupert Murdoch, aceita comparecer ao Parlamento Britânico para prestar depoimento sobre as escutas ilegais. No dia seguinte, dois altos executivos da News Corp., Rebekah Brooks e Les Hinton pedem demissão.
No dia 19 de julho, Murdoch, seu filho James e Rebekah Brooks prestam depoimento no Parlamento e se dizem "humilhados" e "envergonhados" pelo escândalo.
Saiba quem são os principais personagens do caso.
Rupert Murdoch
O magnata australiano Murdoch é o proprietário da News Corp., rede que controla o jornal The News of the World, que foi fechado após ser acusado de empregar grampos telefônicos para obter informações. Murdoch declarou durante audiência no Parlamento Britânico sobre as escutas ilegais que aquele era o "dia mais humilhante de sua vida".
Rebekah Brooks
Ex-presidente-executiva da News International, divisão britânica do império multinacional de Murdoch e diretora do The News of the World entre 2000 e 2003, Rebekah Brooks é suspeita de suborno de policiais e de escutas telefônicas ilegais. Após a divulgação do escândalo há duas semanas, ela se demitiu do cargo na News International, foi detida, interrogada e depois posta em liberdade condicional, além de ter prestado depoimento no Parlamento Britânico.
James Murdoch
James é o número três do News Corp. e era considerado o favorito para suceder o pai até o escândalo ser deflagrado. James declarou "lamentar profundamente" ter indenizado generosamente as supostas vítimas de escutas telefônicas, correndo o risco de dar a impressão de que comprou o silêncio delas. Ele também foi convocado ao Parlamento Britânico para prestar depoimento.
Les Hinton
Presidente-executivo da News International em 2006, quando o escândalo de escutas foi revelado pela primeira vez, Hinton se demitiu recentemente da bolsa de Nova York Dow Jones, que também pertence à News Corp.
Andy Coulson
Ex-editor do News of the World entre 2003 e 2007, Coulson é acusado de ser editor do jornal no período em que grampos telefônicos foram empregados. Posteriormente ele assumiu a chefia de comunicação do premiê David Cameron, cargo ao qual renunciou em janeiro de 2011 devido ao seu envolvimento no escândalo.
Sean Hoare
Sean Hoare foi o primeiro repórter do News of the World a afirmar que Andy Coulson, ex-chefe de comunicação do gabinete do primeiro-ministro britânico, David Cameron, estava ciente de que sua equipe estava fazendo escutas ilegais. Ele foi encontrado morto no dia 18 de julho.
Clive Goodman
Ex-diretor do News of the World, Goodman foi condenado e preso em 2007 durante a primeira investigação policial sobre escutas telefônicas. Na época, ele foi sentenciado a quatro meses de encarceramento por ter contratado o detetive particular Glenn Mulcaire para realizar escutas ilegais. Ele voltou a ser preso no início de julho deste ano sob a acusação de ter pagado policiais para obter informações.
Glenn Mulcaire
O detetive particular Mulcaire é acusado de ser responsável por efetuar escutas ilegais para o jornal News of the World. No caso mais grave, ele teria grampeado o telefone celular de Milly Dowler, adolescente de 13 anos encontrada morta em 2002.
Milly Dowler
Amanda "Milly" Dowler era uma adolescente britânica de 13 anos que foi sequestrada quando voltava para case em 21 de março de 2002 e encontrada morta em 18 de setembro de 2002. A escuta ilegal de seu celular é uma das principais acusações que levaram ao fechamento do NotW.
David Cameron
O premiê David Cameron foi chamado a depor no Parlamento Britânico pelo seu envolvimento com o grupo News Corp. Cameron teve reuniões em diversas oportunidades com Rebekah Brooks, ex-presidente-executiva da News International, e contratou o Andy Coulson, ex-diretor do News of the World, como chefe de comunicação de seu gabinete.
Paul Stephenson
O ex-chefe da Scotland Yard Paul Stephenson se demitiu do cargo após ser acusado de ter realizado sem aprofundamentos a investigação sobre os vínculos do caso e escutas ilegais com os dirigentes dos jornais da News Corp. e de ter ignorado a atuação de policiais corruptos que venderiam informações ao News of the World. Ele também foi envolvido no escândalo por ter empregado como consultor o Neil Wallis, que foi subdiretor do News of the World entre 2003 e 2007, quando foram empregadas escutas ilegais.
Neil Wallis
Wallis foi subdiretor do News of the World na época em que era chefiado por Andy Coulson.
John Yates
Assistente de Paul Stephenson na Scotland Yard, John Yates é acusado de recusar a reabertura da investigação sobre o escândalo das escutas telefônicas em 2009. Ele também renunciou ao seu cargo após a deflagração do escândalo.
Gordon Brown
O ex-premiê Gordon Brown teria sido investigado ilegalmente por mais de dez anos. Em uma ocasião, jornalistas do Sunday Times teriam obtido detalhes do prontuário jurídico de Brown. Em outra oportunidade, em 2006, o tabloide The Sun teria obtido ilegalmente detalhes do prontuário médico do filho menor de Brown, Fraser, e publicado que o menino sofria de fibrose cística.
Portal Terra
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