terça-feira, 12 de julho de 2011

O novo quadro partidário

Por Luiz Eduardo Brandão


Resumo geométrico:

"A nova oposição definitivamente não sairá do PSDB..."

Falta um adjetivozinho aí: oposição de centro-direita ou de direita-direita mesmo. Porque sair do PSDB uma oposição de esquerda à esquerda do PT, é coisa que não dá nem para elucubrar.

"se esgotou o modelo político pós-redemocratização, no qual PT e PSDB assumiram o protagonismo"

Marco Antônio: "É o fim de modelo de nova república, ou o fim do psdb, ou o fim dos dois?"

Nassif: "Da Nova República, e do PT e PSDB originais."

Originais = metamorfose do PT e do PSDB, se bem entendi. A metamorfose do PT já está delineada desde que assumiu Lula: partido de centro-esquerda, ao modo social-democrata, digamos, original, já que os europeus atuais perderam um bocado suas características históricas e ora se esforçam por readquirir uma fisionomia própria, vide p.ex. o PS francês. E a metamorfose do PSDB? Já vimos que descambou para a centro-direita e para direita-direita mesmo, a ponto de flertar com a extrema-direita (vide a campanha Serra).

Por essa geometria política, teríamos hoje:

. esquerda-esquerda: inexpressiva

. centro-esquerda: ocupada (neo-PT)

. centro: PMDB (até quando?)

. centro-direita: vago (será ocupada por tucanos mutantes?)

. direita-direita: inexpressiva (demo em decomposição)

Os numerosos partidos fisiológicos e congêneres ficam boiando entre o centro e a direita, a sabor dos ventos.

Quanto ao "quadro que virá pela frente", creio que dependerá decisivamente da atuação do atual governo: se Dilma sair finalmente da Casa Civil e assumir a Presidência, isto é, tornar-se uma líder política com P maiúsculo, certamente levará a uma definição mais clara do PT e a uma recomposição do restante do espectro. Se se contentar com ser a gestora do país (deus e todos os orixás nos guardem), o quadro será certamente outro. E vamos perder mais um bonde -- ou o primeiro trem-bala...

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