Em mais uma demonstração de divergência, o comando do PSDB se recusou a referendar uma carta divulgada nesta sexta-feira (1º) pelo presidente do conselho político do partido, José Serra, com duras críticas ao governo Dilma Rousseff. Integrantes do conselho queriam a convocação de uma nova reunião para debater o texto com calma — mas Serra, autoritário como sempre, precipitou a divulgação à revelia dos tucanos.
A avaliação de membros do conselho é que não houve tempo suficiente para analisá-lo. “Tentei construir um consenso sobre a matéria, mas não tive tempo hábil”, admitiu o presidente da legenda, deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE). A ideia era que o documento fosse o primeiro fruto do colegiado criado pelos tucanos para acomodar Serra no comando partidário.
O ex-governador tentou viabilizar a divulgação pela sigla. Sem resposta, publicou a carta em seu site, mas, numa manobra golpista, atribuiu-a ao conselho político. Segundo Sérgio Guerra, o PSDB não pode assumir a autoria da carta sem aprovação da Executiva Nacional. “O partido não tem uma manifestação sobre isso.”
Em tom acima do adotado por grão-tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o documento diz que o governo Dilma é marcado por “incompetência e autoritarismo”. De acordo com a carta — que foi intitulada “A nossa missão” —, “o PSDB não renunciará à denúncia desses atos”.
Serra apresentou o texto aos integrantes do conselho na última quarta-feira, às vésperas da primeira reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Geraldo Alckmin e Sérgio Guerra. O senador Aécio Neves (MG), que integra o colegiado, mas está de repouso por ter caído de um cavalo, recebeu uma cópia do documento já pronto.
Segundo Serra, o texto “não foi objeto de votação porque foi apresentado no mesmo dia [do encontro]. Mas os quatro que estavam na reunião gostaram muito”. O ex-governador acrescentou ainda que não fez o texto para que fosse votado, mas para servir de “base para discussão”.
A primeira reunião do conselho político, na última quarta-feira em Brasília, acabou ofuscada pelas comemorações dos 80 anos de FHC. Depois do encontro, alguns membros do conselho encaminharam considerações sobre o documento a Sérgio Guerra, que ficou de repassá-las a Serra. Mas, em vez de convocar nova reunião, Serra antecipou a divulgação do documento.
Outro dirigente do PSDB reconheceu que a carta divulgada por Serra não é um “texto conjunto” do colegiado. Para tucanos, o teor da carta contraria a estratégia de restaurar a imagem de FHC e reduzir o índice de rejeição à sigla, especialmente pela divulgação ocorrer depois de Dilma reconhecer a contribuição do ex-presidente para o país, em felicitação pelos 80 anos.
No documento, Serra, em tom revanchista, diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou uma “herança maldita” que atrapalha o crescimento do Brasil, por causa do tripé macroeconômico do governo — “a carga tributária mais alta do mundo em desenvolvimento, a maior taxa de juros reais de todo o planeta, ainda em ascensão, e a taxa de câmbio megavalorizada”.
“Sem poder reclamar publicamente da herança recebida, o novo governo promete que vai enfrentar os desafios, mas mostra falta de convicção e de rapidez, além de desorientação em matéria de prioridades”, choraminga Serra. No último parágrafo, ele faz uma autocrítica ao PSDB — que teria “um só possível inimigo: a desunião interna”.
O trecho foi amenizado, já que, na versão original, a expressão “possível” não existia. O texto aponta um dos motivos da desunião, em referência ao principal ponto de tensão entre Serra e Aécio Neves: a “antecipação das decisões sobre alianças e candidaturas em 2014”.
Reação petista
Ao comentarem o documento serrista, o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), e o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disseram que os tucanos estão “fora da realidade” e “distantes do povo brasileiro”. Teixeira lembrou que o governo da presidente Dilma Rousseff aparece nas pesquisas de opinião com índices de 80% de aprovação do povo.
“A análise de conjuntura do PSDB demonstra a distância que o partido tem do povo brasileiro. Para eles, o Brasil está mal. Essa é uma direção oposta à das ruas. O povo brasileiro aplaude o governo da presidente Dilma Rousseff, porque está enfrentando os problemas do país”, disse Teixeira.
No mesmo sentido, Vaccarezza afirmou que o PSDB está “divorciado da realidade e do povo brasileiro”. Segundo o líder do governo, governista disse que os tucanos mostram “desespero” quando falam de crise energética e de infraestrutura. “Em 2002, o Brasil viveu a maior crise na área de energia. As pessoas eram proibidas de tomar dois banhos por dia e as casas tinham de ficar com as luzes apagadas à noite”, criticou.
Vaccarezza acusou também os tucanos de estarem distantes do povo brasileiro ao falarem de descontrole da economia. “No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil foi socorrido pelo Fundo Monetário Internacional por duas vezes, em 1998 e em 2002”, reagiu Vaccarezza. Em defesa do atual governo, Teixeira afirmou que Dilma tem executado políticas que atacam os problemas inerentes do desenvolvimento brasileiro.
Da Redação [Vermelho], com agências
O ex-governador tentou viabilizar a divulgação pela sigla. Sem resposta, publicou a carta em seu site, mas, numa manobra golpista, atribuiu-a ao conselho político. Segundo Sérgio Guerra, o PSDB não pode assumir a autoria da carta sem aprovação da Executiva Nacional. “O partido não tem uma manifestação sobre isso.”
Em tom acima do adotado por grão-tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o documento diz que o governo Dilma é marcado por “incompetência e autoritarismo”. De acordo com a carta — que foi intitulada “A nossa missão” —, “o PSDB não renunciará à denúncia desses atos”.
Serra apresentou o texto aos integrantes do conselho na última quarta-feira, às vésperas da primeira reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Geraldo Alckmin e Sérgio Guerra. O senador Aécio Neves (MG), que integra o colegiado, mas está de repouso por ter caído de um cavalo, recebeu uma cópia do documento já pronto.
Segundo Serra, o texto “não foi objeto de votação porque foi apresentado no mesmo dia [do encontro]. Mas os quatro que estavam na reunião gostaram muito”. O ex-governador acrescentou ainda que não fez o texto para que fosse votado, mas para servir de “base para discussão”.
A primeira reunião do conselho político, na última quarta-feira em Brasília, acabou ofuscada pelas comemorações dos 80 anos de FHC. Depois do encontro, alguns membros do conselho encaminharam considerações sobre o documento a Sérgio Guerra, que ficou de repassá-las a Serra. Mas, em vez de convocar nova reunião, Serra antecipou a divulgação do documento.
Outro dirigente do PSDB reconheceu que a carta divulgada por Serra não é um “texto conjunto” do colegiado. Para tucanos, o teor da carta contraria a estratégia de restaurar a imagem de FHC e reduzir o índice de rejeição à sigla, especialmente pela divulgação ocorrer depois de Dilma reconhecer a contribuição do ex-presidente para o país, em felicitação pelos 80 anos.
No documento, Serra, em tom revanchista, diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou uma “herança maldita” que atrapalha o crescimento do Brasil, por causa do tripé macroeconômico do governo — “a carga tributária mais alta do mundo em desenvolvimento, a maior taxa de juros reais de todo o planeta, ainda em ascensão, e a taxa de câmbio megavalorizada”.
“Sem poder reclamar publicamente da herança recebida, o novo governo promete que vai enfrentar os desafios, mas mostra falta de convicção e de rapidez, além de desorientação em matéria de prioridades”, choraminga Serra. No último parágrafo, ele faz uma autocrítica ao PSDB — que teria “um só possível inimigo: a desunião interna”.
O trecho foi amenizado, já que, na versão original, a expressão “possível” não existia. O texto aponta um dos motivos da desunião, em referência ao principal ponto de tensão entre Serra e Aécio Neves: a “antecipação das decisões sobre alianças e candidaturas em 2014”.
Reação petista
Ao comentarem o documento serrista, o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), e o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disseram que os tucanos estão “fora da realidade” e “distantes do povo brasileiro”. Teixeira lembrou que o governo da presidente Dilma Rousseff aparece nas pesquisas de opinião com índices de 80% de aprovação do povo.
“A análise de conjuntura do PSDB demonstra a distância que o partido tem do povo brasileiro. Para eles, o Brasil está mal. Essa é uma direção oposta à das ruas. O povo brasileiro aplaude o governo da presidente Dilma Rousseff, porque está enfrentando os problemas do país”, disse Teixeira.
No mesmo sentido, Vaccarezza afirmou que o PSDB está “divorciado da realidade e do povo brasileiro”. Segundo o líder do governo, governista disse que os tucanos mostram “desespero” quando falam de crise energética e de infraestrutura. “Em 2002, o Brasil viveu a maior crise na área de energia. As pessoas eram proibidas de tomar dois banhos por dia e as casas tinham de ficar com as luzes apagadas à noite”, criticou.
Vaccarezza acusou também os tucanos de estarem distantes do povo brasileiro ao falarem de descontrole da economia. “No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil foi socorrido pelo Fundo Monetário Internacional por duas vezes, em 1998 e em 2002”, reagiu Vaccarezza. Em defesa do atual governo, Teixeira afirmou que Dilma tem executado políticas que atacam os problemas inerentes do desenvolvimento brasileiro.
Da Redação [Vermelho], com agências
2 comentários:
Acho é bom. Quem manda Dilma fazer elogios a esse corno chamado FHC? O vampiro pensou que é porque ela está acuada. Por falar em acuada, quando é que Dilma vai demitir o Jombim, mesmo?
Cumpadi,
Eu estou espiando os movimentos de Dilma... Quero acreditar que ela esteja tentando capitalizar algo que não consigo compreender ainda. Mas aquela do Jobim foi demais, meu rei!
Abs!
ps. Vamos marcar o uísqui... Deixe-me só organizar umas coisas por aqui.
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