O tablóide britânico News of the World será retirado de circulação a partir da próxima semana. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (07/07) pelo residente para a Europa e para a Ásia da empresa responsável pela publicação, a News Corporation, James Murdoch, filho de Rupert Murdoch.
"Tendo discutido o assunto com colegas em cargos de direção, decidi que devemos tomar medidas adicionais relativamente ao jornal", afirmou Murdoch em mensagem enviada à equipe do jornal e divulgada pela News Corporation.
O escândalo pode agora interromper os planos de Rupert Murdoch, que além de controlar alguns dos principais jornais do país também negocia a compra da subsidiária britânica da operadora de TV a cabo Sky.
O fim do jornal em língua inglesa mais lido no mundo é resultado direto de um escândalo envolvendo grampos telefônicos e apropriação de senhas de emails. Há mais de um mês, a News International vem sendo pressionada pelas sucessivas denúncias de que jornalistas da empresa teriam usado os serviços de um detetive particular para conseguir informações chocantes e fabricar manchetes sensacionalistas.
Em 2007, um dos repórteres do jornal já havia sido condenado por acessar sem autorização a secretária eletrônica de políticos e celebridades. No início deste ano, a imprensa britânica e norte-americana denunciaram outras violações de informações.
Além disso, outra denúncia revelou que o News of the World contratou um detetive para grampear o celular de uma adolescente desaparecida em 2002 e que foi assassinada posteriormente, o que teria prejudicado as investigações com a divulgação de informações falsas.
Nesta semana, porém, o jornal foi acusado de interceptar informações familiares de soldados britânicos mortos no Iraque e no Afeganistão, de acordo com o jornal Daily Telegraph. O caso provocou reação imediata de diversas entidades no Reino Unido. A organização militar Legião Real Britânica cortou as relações de parceria com o tablóide, assim como outros patrocinadores que garantiram que deixariam de anunciar no jornal.
O caso derrubou as ações da News Corporation, que caíram mais de 3% nas bolsas da Austrália e dos Estados Unidos.
Na quarta-feira (06/07), o primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu a abertura de uma investigação sobre os grampos.
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