quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Da arte de fazer trocadilhos com intenções nojentas

Eu adoro trocadilhos. Não, eu amo trocadilhos. Acho uma deliciosa perda de tempo que faz os neurônios trabalharem em prol da Língua Portuguesa.

Claro que por trás de todo trocadilho existe uma segunda intenção. Às vezes, é possível encontrar terceiras, quartas, quintas intenções…

…e chegamos à manchete de hoje do Globo. Fui avisada da dita pelo Fernando, nos comentários deste blog, e o Aldo Augusto, mais conhecido no Twitter como @Man_Tecapto, e a @nunes_cintia, me enviaram a prova do crime.

Eis uma das manchetes de hoje do Globo (manchete da edição impressa, notinha ridícula, lá nosembaixo, no canto que fica embaixo do dedo que vira a página!):


Mas cadê o trocadilho, Madrasta?

Eu já chego lá! Antes de chegar lá, chamo-lhe a atenção para o título. Você deve estar pensando: Ah, o Guido Mantega é fazendeiro, latifundiário? E o MST invadiu as terras do petista do Mantega? Mas aí você começa a ler o texto, e descobre que o MST não invadiu nenhuma fazenda, mas o Ministério da Fazenda, cujo titular é Guido Mantgega.

Como eu já disse lá em cima, eu adoro trocadilhos. Não, eu amo trocadilhos. Mas neste caso, além de a intenção por trás dele ser espúria, o trocadilho ainda foi desinformativo. Vergonhoso.

Mas se você for reclamar com os sujeitos que fizeram essa manchete, o argumento deles será: “O erro foi seu que não reparou que Fazenda está em maiúscula, o que portanto caracteriza referência ao ministério, e não a uma propriedade rural”. E eu repito: Vergonhoso. Transmitem uma informação truncada e jogam a culpa pela percepção enviesada do enunciado na falta de atenção do leitor.

Enfim, o que esperar de um jornal cuja seção de correção de erros é intitulada autocrítica? (é, só eles que podem se criticar. Você não tem o direito de cirticá-los, porque eles têm uma seção especial pra isso! Taqueopa….)

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