quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A fome e o flagra

Durante alguns dias, a grande mídia brasileira exibiu imagens impressionantes das vítimas da fome na Somália, sobretudo crianças. A generosidade não durou muito: como sempre, os editores acharam que é preciso oferecer variedade e a tragédia africana logo voltou a sumir. Com o pretexto de agradar os respectivos públicos, nossa mídia está contribuindo para desumanizar leitores e telespectadores. Entre os deveres fundamentais da imprensa não pode ser esquecido o de contribuir para a criação de uma sociedade solidária.



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Com câmeras e celulares em punho, torcedores não têm dado boa vida aos jogadores que gostam de baladas. Os flamenguistas inventaram o “disque-dentuço” para tentar coibir as noitadas de Ronaldinho Gaúcho. Fato que rendeu repercussão até na Europa. Os palmeirenses não ficaram atrás. Desconfiados de alguns excessos, criaram um e-mail para denúncias. Nesta semana dois jogadores do Fluminense tiveram que fugir de torcedores depois de serem flagrados bebendo com amigos. O técnico pareceu não se importar com o caso e a culpa, como sempre, foi jogada para cima da imprensa.



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Com uma semana de atraso, o programa Pânico na TV exibiu o quadro em que o comediante Daniel Zukerman, conhecido como “O Impostor”, invadiu o velório de Amy Winehouse, gerando uma série de protestos dos fãs da cantora. O programa, no entanto, buscou uma justificativa para o abuso. A razão seria nobre: enganar a imprensa sensacionalista internacional, que sempre atormentou a vida de Amy. Poderia até soar como verdade se o próprio Pânico não fizesse parte dessa mídia que adora pegar no pé de uma celebridade.


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