Por Marco Antonio Araujo
Nelson Jobim vai sair por onde entrou, pela porta dos fundos. O quase ex-ministro da Defesa é uma daquelas figuras inexplicáveis da era Lula. Parecia um ex-funcionário que se convidou para o churrasco da firma e foi ficando. Nunca entendi.
Sua arrogância jamais foi útil à República. Fanfarrão, jurou que ia acabar com o caos aéreo no país. No lugar de um terremoto, implantou um tsunani.
E mais nada há para se falar de sua carreira política. Sua passagem como ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso é uma imensa página em branco na história do Brasil.
Como ministro do Supremo Tribunal Federal, sua única atitude elogiável foi abandonar o cargo, em março de 2006. Momento glorioso do nosso Judiciário.
Jamais saberemos os motivos que o mantiveram tanto tempo no poder. Além de ser a encarnação perfeita do oportunismo da base aliada, não vejo outra explicação. Sempre prestes a trair, até que demorou.
Não surpreende a forma covarde que escolheu para se retirar. Após suas declarações deselegantes e infelizes, fosse um homem público de verdade, teria a decência de pedir demissão. Esse traço de pusilanimidade ao menos é coerente com sua trajetória pífia de gandula do PMDB.
Mas não vamos nos iludir. Nelson Jobim não vai desaparecer do cenário político. Há vagas abertas na oposição: vai ser uma experiência inédita para quem sempre se manteve aos pés do poder. Desejo-lhe sorte na tarefa de prejudicar o país. Talento para isso não lhe falta.
Bons ventos o levem. É de homens assim que não precisamos.
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