sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Os conflitos em Londres (e em madri, no Chile, em Israel...)



Vemos aqui o Sociólogo Silvio Caccia Bava discordando veementemente da posição global (plim-plim) e também da política londrina.

Lá, como muitas vezes se faz por aqui, a questão social vira um caso de polícia e, segundo a fala do primeiro ministro, um caso que a justiça terá que coibir com mão de ferro.

Consideramos que o momento social mundial se aproxima do lendário 1968 e de outras revoltas populares que pipocam ocasionalmente mundo afora.

Mas o que a torna importante como fenomeno de massas é que a mesma se faz sem um direcionamento político/partidário.

Vemos os partidos políticos, mesmo os de esquerda, perdidos ante a eclosão destes protestos.

Em relação à Londres e à Inglaterra como um todo - visto a ampliação dos protestos por outras cidades - é que os jovens, principalmente os de mais baixa renda, mas não apenas estes, estão sem uma perspectiva de futuro muito acalentadora.


Imaginem um jovem londrino, bombardeado com as propagandas de consumo, em uma sociedade que valoriza-o de acordo com o que consome, estar impedido de se destacar entre seus pares com a aquisição de tantos símbolos de status que lhe atingem através da TV ou de painéis publicitários sendo que não tem emprego - a população jovem é a que mais engrossa as estatísticas de desemprego.

E, num país em que a acumulação das riquesas iniciou-se com as famigeradas "cartas de corso"! Como acha que ele se ve agora, diante dos tribunais respondendo por seus 'crimes' - ainda com o agravante de ter sido chamado pelas redes sociais (premeditação, segundo eles).

Na crise de 2008 achamos que viram o Brasil passar quasem incólume por todo aquele tsunami e acharam um bom exemplo, só que pegaram o PROER do FHC para enfrentar a crise e não todos os incentivos ao aumento de produção do governo Lula.

Socorreram os bancos enquanto a produção e o consumo foram deixados de lado.

E o mesmo aconteceu nos EUA, na crise de 2008 e na atual: remédios amargos para conter a dívida americana com o pagamento feito com os investimentos em projetos sociais. Contra as grandes fortunas nem pensar!

Os tempos são de revoltas, os partidos do campo popular tem a obrigação de começarem a atuar junto a esta justa demanda e caminharmos juntos na construção de uma sociedade mais humana, mais justa, sem os abismos econômicos entre as pessoas, sem o consumismo desenfrado que atinge o meio ambiente.

Para concluir, na bela voz da saudosa Mercedes Sosa



Luiz Antonio Franke Settineri - SAROBA

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