SÃO PAULO – Julian Assange voltou a fazer críticas aos governos. O fundador do WikiLeaks revelou que só os EUA foram responsáveis pela morte de mais de 150 mil pessoas inocentes. Segundo ele, o Pentágono escondeu mortes de jornalistas e famílias iraquianas, entre outros e que tudo isso foi revelado por papeis vazados da inteligência americana. Para ele, o Governo não tem direitos, o direito são de pessoas.
“Os governos têm responsabilidades”, disse. Falando em um telão no auditório do Hotel Unique, Assange comentou uma rede secreta fora do Estado de direito, que ele chamou de “Estado das Sombras”. Em janeiro desse ano, o site recebeu dois CDs com dados de correntistas, entre eles políticos e empresários do banco suíço Julius Baer que teriam escondido grandias quantias de dinheiro fora de seus países. Comentou também Guantánamo, onde documentos mostraram instruções dos militares americanos para alterar dados dos prisioneiros. “Pessoas escondem dinheiro nas Ilhas Cauman e o governo dos EUA escondem pessoas em Guantánamo”, disse.
A militância do fundador do WikiLeaks levou a uma série de contra-ataques contra a instituição. Uma delas tende a derrubá-los financeiramente. Assange reclamou de uma ação global perpretada por todos os bancos do planeta para impedir doações. Visa, PayPal, Western Union, MasterCard e Bank Of America já bloquearam as contas do site. “Isso significa que vocês aí em São Paulo não podem usar seus cartões de crédito Visa para doar. Ou seja, o governo está impedindo que vocês ajam de acordo com as próprias crenças e interferindo no que vocês podem fazer com o próprio dinheiro”.
Já pelo lado judicial, a briga também está acirrada. É grande o número de processos enfrentados pelo site, que já recebeu auxílio de advogados do NY Times e Guardian. Alguns dos colaboradores do WikiLeaks chegaram a ser presos por espionangem quando pisaram em solo americano.
SEGURANÇA - Assunto ainda polêmico, Assange voltou a dizer que nunca revelou suas fontes e que preza pela segurança delas. Na política do WikiLeaks nomes de criminosos, acionistas, empresários, políticos e chefes militares são revelados seguindo uma regra básica do jornalismo, de mostrar quem fez o quê a quem. Mas, nem sempre esses nomes chegam ao grande público. Segundo um acordo fechado com a imprensa parceira, só é possível retirar conteúdo quando os dados ameaçarem a vida ou a segurança das pessoas ou em casos em que a liberdade e a prisão sem direito a julgamento justo possa ocorrer. “Quase toda a mídia violou esses acordos”.
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