O levantamento indica que jovens com idade entre 16 e 25 anos representam 57% dos usuários da droga em São Paulo
Jorge Américo
Radioagência NP
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Durante visitas feitas aos municípios paulistas, deputados estaduais receberam denúncias de que usineiros estão incentivando o uso do crack entre os cortadores. O objetivo é aumentar a produtividade. Em muitos casos, o trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar se estende por até 14 horas, sem interrupções.
Essa prática foi revelada pelo deputado Donisete Braga (PT), na apresentação de um relatório produzido pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, nesta terça-feira (20). O levantamento indica que jovens com idade entre 16 e 25 anos representam 57% dos usuários da droga em São Paulo.
Para Daniel Adolpho Assis, advogado do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDECA), a situação é resultado da disseminação do crack no interior e faixa litorânea do país. Ele acrescenta que os jovens são as maiores vítimas da superexploração do trabalho.
“Ainda não foi exterminado o trabalho forçado e o trabalho escravo propriamente dito no Brasil. Há muita gente que ainda morre por exaustão. Ou seja, por efeito negativo e danoso na saúde a partir da exploração do trabalho. O crack vem para anestesiar, sendo uma droga potente e extremamente aditiva, que causa dependência rapidamente.”
O crack é consumido no mesmo percentual que o álcool em municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes. Apenas 12% dessas localidades recebem recursos federais para programas de enfrentamento ao problema. Já os repasses estaduais chegam em apenas 5% dos municípios.
Uma pedra de crack pode ser comprada por até R$ 2. O uso crônico provoca perda de peso e aumenta o risco de infecções. O usuário pode apresentar quadros de psicose, agressividade, paranóia e alucinações.
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