Estratégia é afirmar papel de liderança do Brasil no cenário internacional
Roberto Stuckert Filho/PR Presidente Dilma Rousseff chega a NY para a abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU |
O discurso que a presidente Dilma Rousseff fará na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), na quarta-feira (21), ainda não está pronto. De acordo com assessores, Dilma ainda rabisca alterações no texto preparado pelo Itamaraty, mas um assunto é certo: a presidente vai destacar o reconhecimento do Estado palestino.
Ainda que a estratégia brasileira de se impor como líder internacional com um discurso centrado nas questões do Oriente Médio possa incomodar os Estados Unidos e Israel, a intenção do governo é explicitar que há um processo de mudança da geopolítica mundial e o Brasil faz parte desse novo pelotão de frente.
Em dezembro do ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu o Estado palestino em carta enviada à Autoridade Nacional Palestina. Com isso, o Brasil se juntou a cerca de 130 países, número que supera o mínimo necessário de dois terços dos 193 países membros da ONU para que o território seja reconhecido oficialmente.
A viagem da presidente será a primeira do seu mandato aos Estados Unidos e já estava prevista desde a visita do presidente Barack Obama ao Brasil, em março deste ano.
Em Nova York, Dilma terá encontros bilaterais com Obama e com os presidentes do México, Felipe Calderón, da França, Nicolas Sarkozy, e com o primeiro-ministro britânico, James Cameron, previstos para terça-feira.
Um dia antes, ela participa pela manhã de reunião na ONU sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis. E, à tarde, de encontro que discute políticas para as mulheres.
Na quarta-feira, antes da abertura da Assembleia Geral, Dilma encontrará o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. A presidente será a primeira mulher a abrir a Assembleia da ONU, uma vez que sempre coube ao Brasil fazer a abertura.
As assembleias gerais da ONU acontecem desde 1945, quando a organização foi criada e a primeira sessão especial foi aberta em 1947 por um diplomata brasileiro.
Os temas desta assembleia, que reunirá chefes de Estado do mundo todo, serão, entre outros, a crise financeira internacional, o futuro político da Líbia e a criação do Estado Palestino.
A presidente Dilma Rousseff também receberá, na terça à noite, um prêmio por Serviço Público oferecido pelo Woodrow Wilson International Center for Scholars. O prêmio existe desde 1998 e é concedido a líderes que tenham trabalhado para melhorar a qualidade de vida dentro e fora de seus países. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a doutora Zilda Arns, morta no terremoto do Haiti, em janeiro de 2010, receberam o prêmio em outras edições.
Na viagem aos Estados Unidos, Dilma será acompanhada por seis ministros: Antonio Patriota (Relações Exteriores), Alexandre Padilha (Saúde), Fernando Pimentel (Indústria e Comércio Exterior), Orlando Silva (Esporte), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social) e Maria do Rosário (Direitos Humanos).
Veja a programação completa da viagem
18/09 (domingo) - Sem agenda oficial, Dilma descansa da viagem.
19/09 (segunda-feira) - Dilma Rousseff participa pela manhã de reunião na ONU sobre Doenças Crônicas NãoTransmissíveis. À tarde, participa de colóquio, também nas Nações Unidas, sobre participação política das mulheres
20/09 (terça-feira) - No início da tarde, a presidente mantém encontro bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em seguida, haverá a cerimônia de lançamento da Parceria para o Governo Aberto. Após a cerimônia, Dilma terá um Encontro Bilateral com o presidente do México, Felipe Calderón, e, à noite, participa de um jantar de entrega do Prêmio por Serviço Público oferecido pelo Woodrow Wilson International Center for Scholars
21/09 (quarta-feira) - Logo cedo, Dilma terá um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e em seguida, às 9h no horário de Nova York (11h do horário de Brasília), abre o debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas. À tarde, mantém dois encontros bilaterais, com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e com o presidente da França, Nicolas Sarkozy
22/09 (quinta-feira) - Último dia da estada de Dilma Rousseff em Nova York. Pela manhã ela participa de uma reunião de alto nível sobre segurança nuclear, na ONU. À tarde, estará em reunião de alto nível sobre diplomacia preventiva no Conselho de Segurança das Nações Unidas. À noite, Dilma embarca de volta ao Brasil
23/09 (sexta-feira) - Chegada da presidente a Brasília
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