domingo, 25 de setembro de 2011

Exclusivo! Merval Pereira, o "Imortal da ABL", vomita em pleno discurso de posse


Merval confessa que Globo só publicou a verdade do Riocentro quando o crime prescreveu

Dezoito anos depois, em 1999, 
O GLOBO deu outro "furo"... 
O crime prescrevera...
Merval Pereira, 23/09/2011

A impunidade é a mãe da corrupção. Com a impunidade, o crime compensa para quem é corrupto. Uma das estratégias mais comuns dos corruptos para "conquistar" a impunidade é deixar o tempo correr até a prescrição do crime.

Em seu discurso de posse na ABL (Academia Brasileira de Letras), o "imortal" Merval Pereira (PIG/RJ) cometeu um ato falho:

Confessou que "O Globo" só publicou algumas verdades sobre o atentado do Riocentro depois que o crime prescreveu. Eis o trecho do discurso:



Trago comigo um exemplo de como o jornalismo pode auxiliar essa busca da verdade. Em 5 de maio de 1981, eu escrevia a coluna política do Globo chamada "Política Hoje Amanhã", e tive acesso à informação de que o laudo da explosão do Riocentro, ocorrida dias antes, no dia 1 de Maio, havia confirmado a presença de outras duas bombas no Puma dirigido pelo capitão Wilson Machado.

A notícia foi manchete dO Globo, deixando claro que a versão oficial de que a bomba fora colocada no carro por terroristas de esquerda apenas encobria a verdade da tentativa do atentado.

Dezoito anos depois, em 1999, O GLOBO deu outro "furo", que provocou a reabertura do caso. A série de reportagens de Ascânio Seleme, Chico Otavio e Amaury Ribeiro Jr. ganhou o Prêmio Esso de Reportagem daquele ano e reabriu o caso, transformando o Capitão Wilson Machado e o sargento Guilherme Pereira do Rosário de vítimas em réus.
O crime prescrevera, mas a verdade estava restabelecida. Eu era o diretor de redação dO Globo naquela ocasião, e senti como se um ciclo histórico tivesse sido fechado, com a minha participação.

Por trás destas belas palavras, dando uma conotação de epopeia épica e heroica ao seu jornal e a si próprio, está legível nas entrelinhas com toda a clareza dos fatos:


Só 18 anos depois, quando o crime prescrevera, o jornalão deu o "furo"! 


Vamos à cronologia dos fatos reais:

- O atentado do Riocentro foi no 1º maio de 1981.

- Havia um racha dentro do governo da ditadura: um grupo de militares (fiéis ao regime) que não tinham rabo preso com o atentado queria apurar. Outro grupo ligado ao SNI (Serviço Nacional de Informações), envolvido com os autores e mandantes do atentado, queria abafar.

- Os militares que queriam apurar, começaram conduzindo as investigações do atentado. Foram as fontes do Merval em 5 de maio de 1981, ou seja, fontes oficiais da própria ditadura.

- Em seguida o grupo ligado ao SNI que queria abafar prevaleceu, sob intensa pressão, afastando do inquérito os militares que queriam apurar a verdade.

O que Merval não conta em sua "epopeia histórica" é que o jornalismo da Globo voltou atrás e anunciou que as imagens das bombas eram de extintores de incêndio (a nova versão oficial divulgada pela turma do SNI).

- "O Globo" virou a casaca e passou a publicar as novas versões oficiais do SNI, inclusive dando suporte midiático para tentar convencer a opinião pública do resultado final do vergonhoso IPM (inquérito policial militar), que não convenceu ninguém porque apresentava uma versão tão fantasiosa dos fatos para inocentar os culpados, que ofendeu a inteligência até dos militares que não tinham rabo preso com o episódio.

- Em 1985, o poder voltou às mãos civis, restabelecendo as liberdades. "O Globo" manteve o silêncio dos cúmplices.

- Em 1988 a Constituição Federal entrou em vigor sacramentando as garantias para as liberdades civis, como a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. "O Globo" manteve o silêncio.

- Em 1989 houve a primeira eleição direta para Presidente da República, em 1994 a segunda e em 1998 a terceira.

- Por que o jornalão esperou 1999, para deixar repórteres seguirem a pauta dos "furos" que havia no IPM oficial?

Uma pista, o próprio Merval cita em seu discurso: o crime estava prescrito.


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