domingo, 25 de setembro de 2011

Opus Dei quer “faxina verde-amarela”

Por Altamiro Borges

A indignação contra o desvio de recursos públicos é justa e necessária. Afinal, é dinheiro do povo extraviado para servir a corruptos e corruptores. Mas é preciso ficar esperto diante dos espertalhões, que usam causas nobres para fins ilícitos. É sempre bom lembrar que o golpe militar de 1964 teve como mote o “combate à corrupção e ao comunismo”. Pura manobra para enganar os ingênuos!

Nas recentes “marchas contra a corrupção”, políticos e partidos que não tem qualquer moral para falar em ética fizeram escarcéu sobre o tema. O senador tucano Álvaro Dias, o neto-demo de ACM, a juventude do PSDB e a mídia demotucana foram os maiores incentivadores dos protestos “espontâneos”. Agora, é o Opus Dei, uma seita de fascistóide, de extrema-direita, que dá seu apoio às “marchas”.

“Mudar a cara do Brasil”

Em artigo publicado no jornal Estadão, o jornalista Carlos Alberto Di Franco, um dos fundadores e chefões do Opus Dei no país, defende a urgência de uma “faxina verde-amarela”. Ele se diz encantado com os protestos do Dia da Independência. “Assistiu-se ao primeiro lance de um movimento de cidadania que tem tudo para mudar a cara do Brasil”. O Opus Dei apoiou o golpe de 1964 com o mesmo objetivo.

Nas entrelinhas, Di Franco não esconde que seu objetivo é fustigar as forças de esquerda e o governo Dilma. “O movimento cobrou a punição dos envolvidos no mensalão do PT, aquele que o ex-presidente Lula diz que nunca existiu... A passeata ocorreu uma semana após o congresso nacional do PT deixar claro que não apóia nenhum tipo de faxina anticorrupção no governo”, mentiu.

Massa de manobra da direita


No artigo, ele lamenta a derrota da investida golpista de 2006, que pregou o impeachment de Lula. “O mensalão do PT parecia que podia terminar em punição. Acabou em pizza. Infelizmente”. Mas o líder do Opus Dei diz que, agora, está otimista com as marchas. Elas contam, entre outros, com o apoio de “meus colegas da mídia, depositários da esperança de uma sociedade traída por suas autoridades”. E concluí: “Vislumbro nas passeatas da faxina verde-amarela o reencontro do Brasil com a dignidade e esperança”.

O artigo-panfleto de Di Franco deve servir de alerta aos que ficam indignados contra a corrupção – não para arrefecer esta justa demanda, mas sim para que não sejam massa de manobra da direita. Esta mesma direita que se mascara de moralista para servir aos interesses dos poderosos – dos sonegadores, dos exploradores de trabalho escravo, dos rentistas, do capital.

Para conhecer melhor o Opus Dei e Carlos Alberto Di Franco, sugiro as seguintes leituras:




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