Sempre se brinca com a frase “não existe almoço grátis”, atribuída – parece que indevidamente – ao economista conservador Milton Friedman.
Bom, também – e muito menos – existe uísque grátis.
Quem se surpreendeu com o comercial do uísque Johnnie Walker sobre o Brasil – muito bem feito, aliás e eu o reproduzo aí em cima – talvez não saiba o que está por trás dele.
É que o Brasil se tornou o maior consumidor desta marca, depois dos Estados Unidos. E deve ultrapassar o volume de vendas nos EUA nos próximos anos, segundo o fabricante.
As vendas mundiais cresceram 11%, mas no mercado brasileiro quase triplicaram este número, aumentando 30% entre junho do ano passado e junho deste ano. O aumento do mercado brasileiro de uísques, considerando todas as marcas, foi de 22%.
O mercado é tão promissor que a empresa montou uma diretoria para cuidar do produto aqui e a peça publicitária foi desenvolvida em cima desta perspectiva de mercado.
Claro que os publicitários captaram o sentimento de progresso e afirmação do país para vender o seu “peixe” destilado.
É bom notar que isso não está acontecendo por qualquer favor tributário. Um levantamento do Estadão, em agosto, mostra que um uísque desta marca custa 80% mais caro em São Paulo que em Nova York.
Cada vez que o pessoal do “Cansei” brinda mais um recorde do impostômetro, paga 61% da dose ao Fisco. Devia ser mais.
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