segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Para os golpistas, nem o povo nem o capital

Agora que está oficializado mais um engavetamento de escândalos do PSDB – dessa vez o das vendas de emendas na Assembleia paulista – ficou mais descarada a parcialidade e o partidarismo da imprensa – cúmplice silenciosa dos tucanos - que mais uma vez omite os fatos ao público. 

Que os jornalistas da máfia midiática que aí está não dão a mínima para o povo brasileiro e querem mais é ver o circo pegando fogo, já sabemos de cor. Só falta lhes cair a ficha de que a recíproca é verdadeira: o povo não dá a mínima para eles igualmente. Ao menos no que se refere às matérias que SEMPRE atacam o governo, NUNCA a oposição. Quanto mais denuncismo e selvageria desenfreada – como a que acabou por afastar o ministro dos esportes – menos atenção terão do povão. Podem imprimir em letras garrafais e pendurar nas bancas de jornal. Não vai adiantar. A imprensa está se transformando num dos mais odiados personagens do imaginário popular: o “dedo-duro” – aquele que, mesmo dizendo a verdade ao denunciar o próximo (o que nem é totalmente o caso), acaba se mostrando mesquinho, invejoso e traiçoeiro, provocando total repulsa em todos ao seu redor. Nas cadeias, dedo-duro e estuprador são os criminosos mais odiados.

Depois de Lula, o povo não engole mais qualquer coisa. Pelo simples fato de que o presidente sempre falou de igual para igual, linguagem simples e direta. Lula “acomodou” o povo no Planalto, ao seu lado. Incorporou suas esperanças, implementou os programas sociais que mudaram suas vidas para melhor, mostrando que o estado se importa com eles. Nem um ano inteiro de delírios sobre o mensalão, martelando na cabeça sem parar, adiantou. No final das contas o povo é que deu o golpe no PiG: elevou Lula a estratosféricos índices de aprovação na saideira do seu mandato e ainda elegeu sua continuidade na presidenta Dilma.

Já sei: a velha ladainha dos inconformados dos jardins paulistanos faz força para acreditar que o povo era sábio quando elegeu Collor e FHC. De repente, como num passe de mágica, emburreceu. Certo?

A única maneira de as elites “cheirosas” e sua mídia retomarem o que consideram seu por desígnios celestiais, anda a anos-luz da democracia. É o golpe de estado. Só o golpe os faria felizes. E a única chance do golpe – além da indiferença da opinião pública mundial – é o apoio popular. Mas como trazer o povo para o seu lado? Puxando pelo bolso. Inflação, recessão, desemprego, crise… Crise? Desde 2008 tentam vender crise e a nação não compra. Porque conspirar para aflorar preconceitos, ódio e intolerância é uma coisa. Mexer no bolso do povão é outra. É aí que o bicho pega.

O diabo é que a economia vai bem e os graúdos do capital não estão dispostos a bancar um golpe baseado nessa chatice chamada preconceito de classe – coisa ultrapassada essa! Banqueiro que é banqueiro tem que ser pragmático, cuidar do seu capital. Não liga se pobre viaja de avião ou entra na faculdade. Não entra em barco de fascista. Além disso, o Brasil assiste de camarote aos sérios apuros europeus – que são reflexo dos sérios apuros americanos. Por que dar chance ao azar e patrocinar uma convulsão social se o seu capital vai bem e o país navega tranquilo no cenário econômico internacional? Portanto, para os golpistas, nem o povo nem o capital.

Num cenário desses, o que resta ao PiG? A oposição já entregou-lhes a bandeira faz tempo. E essa bandeira lhes serve na fabricação de escândalos semanais que rendem audiência e vendem seus lixo impresso. “Vou Derrubar a Dilma” pode brincar de Deus e derrubar alguns ministros (até porque as reposições, na maioria dos casos, parecem superar os depostos em qualidade). Fazem 3 anos que ele busca algum gancho de factoide contra a presidenta, e nada “colou”. Então fica roendo as beiradas como uma ratazana no porão. O que de fato causou ao governo? Um pouco de nervosismo e trocas de ministros que acabaram por revelar a intransigência da presidenta em relação à irregularidades ou suspeitas de corrupção. Obviamente que a mídia golpista sonega tudo o que o governo faz de positivo. Mas graças ao Blog do Planalto e a publicações como Carta Capital, Brasil de Fato e, claro, à blogosfera independente, ficamos sabendo que as metas do projeto governista estão no rumo desejável. Os principais programas sociais – que é o que interessa – caminham como o previsto e as obras para a Copa, até adiantadas.

O ministro Haddad é a bola da vez do PiG. Matéria requentada da cabeça aos pés. Todo ano há o já previsível ritual de desqualificar o ENEM, para desqualificar o ministro, para desqualificar o governo. E todo ano o ENEM dá uma banana para o PiG, cresce vigorosamente e coloca milhares de pobres na universidade. Não está sendo diferente hoje. Novamente querem anular o exame. E novamente faltou combinar com os 4 milhões de candidatos que passaram um ano se preparando para isso. O que estão pensando? Que esses estudantes e suas famílias os apoiariam? Que não notariam o golpe embutido? Inventa outra.

Agora o PiG vai explorar o tumor de Lula para vender jornal e colher audiência. O presidente deve estar gargalhando por dentro (sem arranhar a bolotinha na laringe, claro). Enquanto Lula se afasta por 3 meses para fazer o tratamento, o PiG vai “cobrir” sua ausência e “adiantar” seu expediente. Vai ocupar a mídia, mesmo contra a sua vontade. Vai emocionar o povo, revigorar sua popularidade e amplificar suas decisões políticas. E, novamente, sairá de mais uma, maior do que entrou.

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