domingo, 13 de novembro de 2011

As “folhices” da Folha

Afora a “casquinha” manipulatória da capa, colocando uma caricatura de Dilma  com “cara de repreensão” do lado da manchete que afirma que “58% dos alunos da USP aprovam a PM do campus”, a matéria de hoje da Folha é um livrinho ilustrado para crianças,  daqueles que faz lembrar a piada sobre Assis Chateaubriand dizendo a um diagramador “moderninho”: “meu filho, você sabe quanto custa um centímetro no meu jornal?”.

São sete historinhas que demonstrariam ao leitores como Dilma é autoritária, grosseira e intolerante. E sete conselhos para quem for tratar com ela.

Vejam: ela teve o desplante de reclamar de um dos militares que funciona na ajudância de ordens por não haver um guarda-chuva quando saía para a abertura da Assembléia Geral da ONU. Ou de querer que, sobre economia, fale o Ministro da Economia. O ministro das Relações Exteriores é colocado na posição de alguém que estaria mais preocupado com a “adaptação da família” de um representante diplomático brasileiro a Washington  do que com a posição do país na OEA.


Os “conselhos” aos interlocutores da presidente são um primor: “conheça o tema do qual vai tratar”… Jesus, será possível o contrário? Será que o Dr. Frias chama seus auxiliares para ou vir um “ah, chefe, eu pedi uma reunião com o senhor mas não tive tempo de estudar o que ia dizer-lhe”…

Tem mais: aconselha os ministros a não darem palpite sobre outras áreas de governo. Já imaginaram o que aconteceria com todos mundo falando o que quer sobre os outros? Nem precisa imaginar um governo, pense apenas num time de futebol onde os atacantes saem dando entrevistas dizendo como deve jogar a defesa ou criticando o goleiro. Ou um zagueiro dizendo que a defesa está bem, mas os atacantes jogam mal…

Enfim, duas páginas destinadas, exclusivamente, a firmar uma impressão de pessoa rude.

E que a condição feminina faria com que, na presidência, uma mulher pudesse ser considerada  uma dispersiva e deixasse de lado os temas de governo para ficar se preocupando com futilidades e que isso precisa ser “midiaticamente” anulado por uma imagem autoritária.

O pior é que, pelo tipo de historinhas selecionado, tem toda a pinta de ser escrito com a “ajuda luxuosa” de quem acha que os fatos são nada e a imagem na mídia é tudo. Ou que pensa que um Governo é algo como “A Fazenda” ou o “Big Brother Brasil”.

Não sei porque, mas tive a impressão de estar lendo duas páginas daquela antiga seção de anedotas  que as “Seleções do Reader´s Digest” usava para completar os espaços vazios no final de alguma matéria.

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