segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gota D'água recebe doações... de quem mesmo?

O movimento Gota D'água, que lançou um vídeo com atores globais se baseando em mitos para atacar a construção de Belo Monte, vem recebendo doações de simpatizantes e interessados, mas não dá transparência à lista de doadores da “causa”.

Segundo página em site que organiza doações, o Sibite, o movimento já recebeu mais de dez mil Reais de seus doadores até o fechamento desse artigo, mas não é possível encontrar em nenhum lugar do site do movimento alguma prestação de contas, informando o nome dos doadores e valores doados por cada um, também não explicam se existem corporações entre os doadores e se recebem doações diretas fora do Sibite.

O movimento também não foi transparente quanto ao valor gasto e quem pagou a produção do vídeo, que necessita de estúdio, equipamentos de iluminação e de filmagem, cenário e a contratação de diversos profissionais como iluminadores, cinegrafistas, maquiadores e vários outros, fora a alimentação desse pessoal todo.

A prestação de conta das origens dos recursos utilizados deveria ser uma obrigação entre movimentos e ONGs que aceitam contribuição externa, até para informar para a sociedade da lisura da origem dos recursos. A pouca transparência suscita suspeitas de que interessados na não construção da usina por motivos econômicos, como o lobby de empresas que produzem equipamentos para geração de energia solar e eólica, além de agricultores americanos, possam estar injetando recursos nessas iniciativas de combater Belo Monte pela desinformação da população.

Energia de Belo Monte e o desenvolvimento rural da região norte

A energia elétrica cara e escassa da região norte condena as cidades da região que não estão dentro dos limites da área de floresta protegida a praticar uma agricultura do século 19. Levar o século 21 à Floresta Amazônica significa aumentar a capacidade de produção de commodities daquela região sem precisar aumentar o desmatamento. Mais à frente explicamos porque produtores rurais americanos estão investindo para barrar qualquer iniciativa de aumentar o desenvolvimento agrícola dos países em desenvolvimento.

Vale lembrar que a maior parte da energia consumida na região norte vem de 260 usinas termoelétricas que consomem óleo diesel, e que atualmente geram mais poluentes e gases do efeito estufa que toda a frota de automóveis de São Paulo, o que joga por terra o argumento da preocupação com as emissões de Metano no lago a ser formado por Belo Monte. O metano é formado no Xingú com ou sem Belo Monte, porque na época de cheias muita vegetação é encoberta. O desligamento das usinas termoelétricas, além de baratear a energia elétrica em todo país, pela redução dos encargos cobrados na conta pelo funcionamento das mesmas, compensa qualquer emissão maior de gás Metano.

Como o dinheiro de ruralistas americanos financiam movimentos contra o desenvolvimento

Algumas organizações internacionais como a UN-REDD e a Avoided Deforestation Partners têm o objetivo teórico de ajudar países em desenvolvimento a conter desflorestamentos e degradações em florestas. A UN-REDD patrocina missões dentro de florestas, entram em contato com povos indígenas, e podem influenciar aspectos de suas culturas milenares além de posicionamentos políticos, já a ADPartners tenta influenciar governos locais sobre as vantagens de impedir o avanço rural sobre a floresta por intermédio da venda de créditos de carbono. Ambas as organizações são dotadas de orçamentos gigantescos e pouca transparência sobre o uso dos recursos disponíveis.

A ADPartners explicitou suas verdadeiras intenções no ano passado quando lançou documento em conjunto com a Farmers Union (principal organização sindical patronal rural americana) entitulado “Farms here, Forests there” cuja tradução é Fazendas aqui (EUA) e Florestas lá (3º mundo), onde apontam para os ruralistas americanos as vantagens no investimento em preservação de florestas tropicais geraria lucro para estes, à medida que, impedindo um aumento da produção de commodities nesses países, evitaria a queda dos preços e aumento de concorrência. A ADPartners é custeada por doadores, entre estes estão companhias elétricas como a Pacific Gas & Eletric Company e a Duke Energy, que trabalham com gás natural que geram gases do efeito estufa e Hidrelétricas (é bom para eles, mas não para nós).

O documento (em inglês), pode ser lido aqui, era apenas para consumo interno e recebeu inúmeras críticas de ambientalistas americanos, acusando o documento de incentivar que apenas florestas tropicais deveriam ser preservadas, quando estudos recentes mostravam que os EUA é recordista junto com o Canadá em desmatamento proporcionalmente a sua área de florestas.

O dinheiro enviado pelos ruralistas americanos a essas organizações, somado ao volume de recursos que o lobby das empresas que fornecem equipamentos e produtos para a geração de energia eólica e solar tem queimado no mundo inteiro para emplacar campanhas para uso de suas tecnologias é um importante indício que devemos desconfiar de “iniciativas altruístas” pouco transparentes. Na verdade, os interesses econômicos são enormes e amadores mesmo são poucos.

Nota do autor: O Blog Ponto & Contraponto caminha para o seu 4º aniversário e não arrecada, nunca arrecadou e não pretende arrecadar contribuições de seus leitores, empresas ou governos para que seus autores continuem a defender seus pontos de vistas. Não recriminamos quem o faça, apenas entendemos que quem quer que use este recurso deve transparência a doadores e leitores.

5 comentários:

Terra Náuas disse...

Gosto muito de seu blog e compartilho as mesmas idéias em 99% dos casos. Não tenho simpatia nenhuma pela campanha com atores globais. Mas o fato é que existe um povo que será desalojado para dar espaço a Belo Monte. Como acreditar que as vidas que dependem da energia e do agronegocio são mais importante do que a dos indigenas. Acredito que o país pode e deve buscar outras soluções par a questão energética.

Terra Náuas disse...

Agora sobre o fato em si da falta de transparência das doações para a campanha, estou totalmente de acordo e o blog faz muito bem de expor a verdade dos fatos.

Anônimo disse...

Azuir Disse:
A Luta pela partilha esta em todos lugares, temos de criar riquezas para distribuir a renda para o usufruto do povo brasileiro.
O Brasil novo de Lula e Dilma matou a Fome e fez mais vagas nas Escolas Técnicas e nas Universidades que todos os Presidentes Juntos, desde o Marechal Deodoro até o FHC das Privatizações a preço de banana.
Temos de continuar crescendo em obras e distribuição de renda.
A Luta esta em todos Lugares, principalmente onde querem parar os Trabalhos que levam em frente o Desenvolvimento que foram a Base pra LULA mudar o Brasil.
Luta de Honra pra todo Brasileiro se engajar por amor.


BELO MONTE É SOBERANIA, DEFENDE A AMAZONIA E A NAÇÃO.


Tesouro a ser respeitado, é vida digna pro Brasileiro
Faz tornar o Brasil irmanado, e por paz ser guerreiro
Qual ponte Manaus é alforria, direito sem contestação
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

O Inimigo tá mobilizado, querem o de todos privatizar.
Poderoso e organizado, tentam nossa obra paralisar.
Com ela teremos energia, e capacidade pra imensidão.
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

Mais Água doce armazenada, e peixe bom com fartura,
A Vida atual vai ser melhorada, até a geração futura.
Água doce é vida e alegria, é de Deus Pai nossa benção
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

Ali todo povo vai estudar, do técnico à Universidade.
Qualquer um vai se emancipar, abundância de verdade.
Minha casa minha vida alegria, luz a todos é compaixão
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

É a Ajuricaba honrar, e cada seringueiro e Pescador.
Batista Campos a aprovar, Cabanos lutam com fervor.
Amazônia é uma alegoria, é Jesus nos dando proteção
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação.

Não podemos vacilar, nem ficar omisso e indiferente
Vamos sempre lembrar, as riquezas tomadas da gente
Brasil com melhoria, afastando carência e provação.
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

Riqueza como nunca se viu, vamos usufruir e defender.
Pra defender com o Brasil, e não privatizar e perder
Só o agente da Privataria, pode ter uma má intenção
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

Fazem de tudo pra impedir, o nosso desenvolvimento.
A Mídia faz tudo confundir, com o maior descaramento.
Aquilo não esta a revelia, é esperança da população.
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

Centro rico pra nos preparar, Tesouro frutificando.
Vamos construir e Cuidar, logo estaremos desfrutando
Muita gente não percebia, a Amazônia é Libertação.
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

Um Patrimônio ali fincado, terra e gente valorizando.
Pra ser com amor cuidado, estaremos unidos zelando
Não toleramos pirataria, Amazônia é sagrado coração.
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

Parar a obra é pilhéria, vamos é Deus Pai agradecer.
Vai tirar o povo da miséria, vamos a obra defender.
A obra é como a Eucaristia, Pão, vinho e comunhão.
Belo Monte é Soberania, defende a Amazônia e a Nação

Azuir Filho e Turma de AMIGOS: do Social da Unicamp, Campinas, SP, de Rocha Miranda, Rio de Janeiro,RJ e de Mosqueiro, Belém do PA.

Profdiafonso disse...

Caro Leandro,

Ainda não tenho uma opinião totalmente formada a respeito de Belo Monte. Estou refletindo, analisando.

Quanto ao artigo, ele foi escrito por um de nossos diletos editores, o LEN, de modo que não posso responder por ele acerca do que escrevera. Todos os editores do Terra Brasilis são livres para expressarem seus pontos de vista sobre qualquer tema, em sintonia com uma linha-mestra editorial do blog. Podemos discordar, concordar, enfim...

Grato pela consideração ao TB.

Abs!

LEN disse...

Boa noite Terra Nauás, a opinião é minha enquanto editor, como o cumpadi Diafonso bem explicou.

Quanto as remoções: não afetarão aos indígenas, mas apenas algumas comunidades rebeirinhas, que sairão das atuais palafitas para casas de alvenaria com saneamento básico. Suas atividades econômicas não serão afetadas. A questão é que existe uma tentativa de se criar uma falsa realidade que ignora o que os técnicos vem falando, foram feitas muitas concessões no sentido de redução de impactos sócio-ambientais para que as licenças fossem dadas, e que inclusive encareceram o projeto. É o trabalho de anos de estudo que vem sendo questionado por leigos e interessados. Se a discussão se afastar dos mitos podemos discutir os pontos negativos e positivos da obra, mas infelizmente um lado apela para a desinformação porque não acredita que os verdadeiros argumentos contra a construção não forneça apoio à sua causa, e essa desinformação acaba convencendo gente de bem que se preocupa com a natureza e índios brasileiros. Acredite, eu também me preocupo mas sou a favor da obra, e isso só acontece porque fui convencido que essa é a opção mais viável.

Grande abraço.

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