sábado, 31 de dezembro de 2011

50 anos sem Péricles (ou o Amigo da Onça?).

Péricles de Andrade Maranhão (Recife :14/08/1924 - Rio de Janeiro : 31/12/1961); chargista  

mundoquadrinhos.blogspot.com

Uma das maiores criações do cartum brasileiro - O Amigo da Onça - nasceu da cabeça de um pernambucano: Péricles de Andrade Maranhão. O personagem é, sem dúvida nenhuma, uma presença obrigatória no imaginário coletivo nacional desde a década de 40. Péricles nasceu no bairro do Espinheiro, no Recife, dia 14 de agosto de 1924, estudou no Colégio Marista e fez sua primeira charge para o Diário de Pernambuco. A charge viveu nas páginas de O Cruzeiro de 23 de outubro de 1943 a 3 de fevereiro de 1962. Depois da morte de seu criador, O Amigo da Onça foi desenhado por Carlos Estevão. Os diretores da revista O Cruzeiro queriam criar um personagem fixo e já tinham até o nome, adaptado de uma famosa anedota.

Péricles de Andrade Maranhão foi um adolescente pernambucano desenhista daquele com talento de enlouquecer qualquer professor. Jovem durante a fase auréa dos quadrinhos, por vezes imitou os traços de Dick Tracy, Agente Secreto X-9, Flash Gordon

Menor de idade, chegou ao Rio de Janeiro, com uma carta de recomendação para nada mais nada menos que Leão Gondim de Oliveira manda-chuva dos Diários Associados, então a mais poderosa rede de comunicações do país. Em sua estreia, a 6 de junho de 1942, era o funcionário mais jovem da empresa . Nove meses depois, seu primeiro personagem cômico no Diário da Noite: Oliveira, o trapalhão já divertia os leitores.

No ano de 1943, O Cruzeiro baseada numa equipe jovem e de qualidade iniciava a revolução que faria nos anos seguintes se tornando a revista mais importante do Brasil. Péricles participaria com um tipo humorístico que traduzisse "a verve típica e o humor carioca", que captasse "o estado de espírito daquele que vive no Rio de Janeiro, não importa onde tenha nascido".

Rabisca pra cá, rabisca para lá, Péricles coloca o lápis para pensar e emerge uma figura que lhe parece apropriada : baixinho, cabelo penteado para trás à base de gumex, summer jacket, bigodinho safado, olhar de peixe morto. Fez tanto sucesso que as tiradas que antes ficavam na capa e contra-capa passaram a ser dentro da revista, evitando que as pessoas apenas as folheassem sem pagar.

O Amigo da Onça foi utilizado para fazer jornalismo e críticas e, em muitas situações, O Amigo da Onça esculhamba instituições como o casamento, exército e a hipocrisia social contida no jogo de aparências.

Fonte: Blog=Memorial pernambucano

        


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