Mídia nova vs mídia velha - como a descentralização da informação vai afetar o Brasil
Ao que tudo indica, 2012 será muito interessante pelo desenrolar da 'CPI da Privataria', cujo requerimento de criação foi protocolado na 4a feira por Protógenes Queiroz (PC do B/SP) na Câmara dos Deputados. Apesar do silêncio da chamada 'Grande Mídia', o livro do jornalista Amaury Júnior, que estimulou o evento, já é campeão absoluto de vendas.
Se há 10 anos a indústria fonográfica foi virada de ponta a cabeça por causa da internet, se Hollywood investiu milhões em lobby para proteger-se contra as cópias digitais, e se ainda nos últimos anos os EUA viram uma quantidade enorme de jornais fecharem suas portas, o episódio da 'Privataria Tucana' adquire um tom que vai além dos interesses de diferentes grupos políticos.
Enquanto se leva a (mais do que pertinente) discussão sobre a seletividade dos grandes veículos quanto ao escândalo, o episódio da Privataria evidencia também a disputa entre Velha e Nova mídias. Não bastou a TIME do ano passado trazer Zuckerberg como Personalidade do Ano (o Le Monde trouxe Assange), ou q em 2011 a mesma revista mostrasse a foto de um "Protester" - aquele que se organizou por SMS e virou hashtag no Twitter - tralha ocuppywallstreet. A maior parte da Grande Mídia brasileira ainda não aprendeu com o exemplo do NYT (clique aqui).
Quando Merval Pereira em sua coluna fez referência aos 'blogueiros chapa branca', é preciso compreender que isso significa mais do que uma suposta disputa entre PSDB e PT. Demonstra também a batalha entre uma instituição que perde poder com a descentralização da informação e outra que parece já ter nascido com a missão de ganhar. Mas se não é novidade que a internet ajuda a derrubar regimes, vamos ver como será no Brasil no ano que vem.
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