quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O Historiador, o Imortal e o Panfleto


Por LEN*

Hoje a coluna do historiador Marco Antonio Villa [imagem] vem falando sobre o tão comentado vulto "fascista" do "petismo". Isso é o que o título sugere, mas os alvos verdadeiros de Villa são Amaury Ribeiro e o livro "A Privataria Tucana".

Na coluna, o historiador queridinho da velha mídia chama o livro de panfleto e o autor é rebaixado a um jornalista qualquer, desconsiderando seu histórico profissional. Covarde, Villa ataca a Rede Record e as vozes que repercutiram o lançamento do livro nas redes sociais como a "rede onde o jornalista dá expediente" e as "centenas vozes de aluguel" que repercutiram o lançamento. A tática adotada por Merval e Serra: ataques genéricos a alvos específicos.

O democrata-historiador-millenar, Villa, mostra a que veio:

Diz no último parágrafo: "O panfleto deveria ser ignorado. Porém, o Ministério da Verdade petista, digno de George Orwell, construiu um verdadeiro rolo compressor."

Normal para os membros do clubinho de que participa. Foi no mesmo Millenium que Arnaldo Jabor declarou que adoraria impedir "o pensamento de uma velha esquerda" que, para ele, "não deveria mais existir no mundo”.

Villa - neste texto, que tenta maquiar como se fosse uma defesa da pluralidade de opinião - mostra o mesmo: quer silenciar um livro-reportagem.

Ele se mostra indignado em várias partes: acusa o autor e partidariza a obra (como panfleto petista) - na tentativa de desqualificar o trabalho e enterrar uma possível CPI?

A tentativa de partidarizar o trabalho de Amaury é um "evento" interessante. Tanto membros do PSDB, quanto o imortal Merval Pereira e, agora, Marco Antonio Villa repetem exageradamente. Parece até que combinaram.

Ainda como Merval (e Serra), o texto de Villa se mostra incomodado com a blogosfera, que fica sugerido em "centenas vozes de aluguel". Afinal, que vozes são essas?

Twitter, Facebook, Orkut, Google+.... BLOGS!! O grande terror da atualidade, que dessa vez mostrou a força e surpreendeu os mais céticos, impedindo que um fato relevante fosse abafado pela velha mídia.

Por isso somos "Blogs Sujos", "Blogueiros Chapa Branca" e "Vozes de aluguel" segundo a trindade Serra-Merval-Villa. Pura coincidência, claro!

Villa, no sexto parágrafo, só falta dizer "Serra, eu te amo", tamanha a tentativa de defender o ex-governador.

Enquanto Villa nos entope com o "fascismo petista", eu lembro uma frase nazista de Joseph Goebbels “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. As tentativas de partidarizar a obra e desqualificar o autor se enquadrariam nesta frase?

Villa tenta atribuir ao PT um perfil fascista, poderoso e quase sobrenatural que lembra bastante a tática Americana com a decrépita União Soviética durante a guerra-fria. E tem gente que compra a ideia.

Junto ao pacote, o historiador cita o ministério da verdade (do romance 1984, de George Orwell) para atacar o livro e os governos petistas que, segundo sua teoria, no auge do seu autoritarismo, passa por cima de fatos com informações impostas.

Villa deve estar longe do país.

Não deve ler a revista Veja, assistir TV, ou mesmo ler os jornais que publicam suas colunas. Villa poderia largar o clube de leitura do Orwell que deve ocorrer no Millenium e olhar para o Brasil. Se há incômodo com a pluralidade de pensamento e opinião, é lá que ele terá exemplos claros. Nem precisará perder tempo para criar teorias conspiratórias.

Villa ataca todos os governos petistas, democraticamente eleitos (goste ou não) comparando a um grande espectro fascistoide que ameaça o país - "O PT não terá dúvida em rasgar a Constituição", diz a certa altura. Mas o historiador-democrata passa uma imagem autoritária ao desejar que o livro nunca tivesse chegado aos leitores e classificando a obra como panfleto, sugerindo que seria um dossiê encomendado pelo PT. Fica parecendo aquela frase de Goebbels .

Parece vir de alguém que se incomoda com a democracia.

--

O texto referido neste post aqui

Adendo 28/12 - 15:33:

Meus gnominhos me sopram no ouvido:

- Então, pela lógica do historiador-democrata, os livros "Lula é minha Anta", "O Lulismo no poder", "O dicionário de Lula", "O País dos Petralhas" e "Nunca antes na história deste país" escaparam heroicamente do rolo compressor do ministério da verdade petista?

e mais:

- Pelo que o ilustríssimo expõe, podemos concluir então que estes livros são também panfletos... da oposição!

Conclusões tardias, gnomos!

*LEN é editor-geral do Ponto & Contraponto e editor do Terra Brasilis.

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