Costuma-se dizer que a esquerda que a direita gosta é aquela que aceita dialogar. Considero exatamente o contrário.
A direita adora aquela esquerda que atua no gueto e fica fazendo discurso pseudo-revolucionário.
É muito mais fácil para os setores conservadores lidarem com esse tipo de militância esquemática, que acha que só há um caminho da salvação para toda a humanidade.
É muito mais fácil para a direita lidar com esse esquerdismo dogmático e messiânico do que com aquele que aceita a multiplicidade de pensamentos e atua no sentido de construir avanços levando em consideração as possibilidades do real.
Ou como se convencionou denominar, a tal “correlação de forças”.
Essa esquerda que a direita gosta fala em nome de algo que supõe muito superior a tudo e a todos. Por isso não aceita o contraditório. Não gosta do debate.
E em nome das suas supostas convicções justifica qualquer autoritarismo.
Como também permite todo tipo de ataque ao suposto adversário – que sempre é tratado como inimigo.
Digo isso porque fiquei pasmo com algo que li recentemente.
Não exatamente com um artigo que foi escrito no site Passa Palavra (A Esquerda Fora do Eixo), onde esse coletivo que leva ao trocadilho do título, não tem apenas suas práticas organizativas questionadas, como também é desqualificado como espaço de reflexão criativa.
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