terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Alckmin, Blinder e Israel e suas semelhanças em Pinheirinho

O governo paulista parece hoje, após 17 anos de sucessivos mandatos do PSDB, ter alcançado o ápice do pensamento conservador. As ações repressivas, com uso de um aparato exagerado da corporação policial contra usuários de crack e, neste final de semana, durante a desocupação de Pinheirinho são produtos inequívocos de uma política conservadora em nome de uma “ordem pública” a serviço da elite do estado.

O que ocorreu em Pinheirinho muito se assemelha aos assentamentos judaicos em Gaza, expulsando seus habitantes em desfavor de um grupo social indesejado para o Estado.

O uso ostensivo da força policial, com helicópteros, armamento pesado e cerca de 2000 policiais, lembram as imagens cruéis da ação de Israel em território ocupado da Palestina, usurpando, de assentamento em assentamento, e sob as bênçãos da ONU, terras de um povo oprimido, invisível à opinião pública internacional e sem fortes aliados que patrocinem suas causas.

São Paulo parece caminhar por um terreno parecido.

A invasão do contingente policial, sob a anuência do governador Geraldo Alckmin e sua desmotivação para o diálogo e soluções pacíficas, caracterizam o desprezo para com aquelas pessoas, justificam o estado de violência contra os indesejados e agraciam os aliados ultraconservadores. Transformam o estado mais rico do país em um árido conserto de repertórios discriminatórios insuperáveis na história do Brasil.

Pinheirinho, somado aos diversos incêndios inexplicáveis de comunidades carentes nos últimos anos, é mais um marco negativo do processo contínuo de limpeza social, em que o poder público local nada faz para impedir tais tragédias, quando não o viabiliza para sofrimento de seus cidadãos menos assistidos.

A questão não é mais saber onde este governo vai parar com ações como estas, ou até onde seus amigos conservadores objetivam chegar, mas o primordial é saber: até quando a sociedade civil paulista vai permanecer anestesiada, vendo tudo de perto, sem dar o seu basta a tanta arrogância, prepotência e beligerância praticadas contra os mais pobres?

Alckmin e Blinder, do mesmo lado: mais a direita, pelo atraso

Dia desses Caio Blinder, jornalista da Globo News, colega de Diogo Mainardi no programa “Manhattan Connection”, defendeu, após fazer uma insolente piada sobre a morte de mais um integrante do programa nuclear do Irã, a política de assassinatos de cientistas do governo Mahmoud Ahmadinejad para conter o avanço nuclear daquela nação.

Blinder e Mainardi se comprazem na política de violência de Israel no Oriente Médio, sob a proteção estadunidense e a dolosa omissão da ONU.

Blinder é de origem judaica, cidadão paulista e funcionário da Rede Globo.

A fala de Blinder representa o pensamento ultra-reacionário que ocupa o governo de São Paulo e baliza as ações do palácio dos bandeirantes, no contexto da segurança pública do estado.

O jornalista, com infalível certeza, apoiaria o uso de forte aparato militar contra civis, despejando-os de suas casas, sem qualquer negociação, em nome desta ordem pública, para garantir os direitos de poucos ricos, em detrimento do bem-estar de milhares de famílias, massacradas por uma corporação que deveria protegê-la.

Estaremos a ponto de presenciar, em breve, uma política de assassinatos de lideranças contrárias as ideologias do atraso daqueles que governam São Paulo há 17 anos?

Priorizar a solução dos problemas de meia dúzia, criando novos problemas para milhares está no centro de ações inflexíveis para a “garantia desta nova ordem”?

E não cabe a desculpa dada pelo comando da PM de agir sob a obediência ao cumprimento de uma ordem judicial, pois o contexto social e as complexas conseqüências de uma ordenação judicial como esta, poderiam e deveriam ser intermediadas, negociadas em favor de milhares de pessoas para se evitar um custo social muito maior.

Blinder, lá de Nova Iorque, parece assessorar as ações de limpeza social desenvolvidas pela administração de Geraldo Alckmin.

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