Para MPF, prefeitura de São José dos Campos foi omissa
Com a foto estampada na capa dos jornais do fim de semana, os moradores
do assentamento Pinheirinho em São José dos Campos acabam de ganhar um
novo aliado. O Ministério Público Federal na cidade move uma ação contra
a prefeitura local, que teria sido omissa no caso nos últimos sete
anos.
A polêmica do Pinheirinho começou há alguns meses quando uma juíza
emitiu ordem de reintegração de posse do local, onde moram, sem
regularização, cerca de 5.500 pessoas há oito anos. Na sexta-feira 13 de
janeiro, a Polícia Militar foi ao local cumprir o mandado e encontrou
moradores preparados para o conflito, protegidos por capacetes e armados
com todo tipo de instrumento. Pouco depois, uma liminar suspendeu o
pedido de reintegração por 15 dias.
Agora, o MPF aponta erros na trajetória dos órgãos oficiais da
cidade. Segundo nota, desde 2006 a União procura fazer a regularização
fundiária do local, mas encontrou resistência das autoridades do
município [o prefeito Eduardo Cury foi eleito em 2004 e reeleito em 2008 pelo PSDB - nota da editoria-geral do Terra Brasilis]. “O MPF encontrou resistência obstinada das autoridades
municipais, o que caracteriza omissão juridicamente relevante”, afirma o
texto. Além disso, a prefeitura teria se recusado a encontrar uma
solução negociada.
Na ação, constam quatro liminares, que o órgão pede para que sejam
aprovadas sem julgamento. Caso ocorra a reintegração de posse, o MPF
exige da prefeitura garantias aos moradores de que, em até cinco dias,
sejam cadastrados em programas habitacionais, seja concedido alojamento
temporário em condições dignas de saneamento e que, em até um ano após a
reintegração, as famílias recebam aluguel mensal suficiente para imóvel
do mesmo padrão.
O órgão pede responsabilização da prefeitura e autoridades locais
pelo abandono do assentamento, “transformando-se num verdadeiro bairro
esquecido da cidade”. Segundo a ação, com o pretexto de que as
habitações eram irregulares, a prefeitura negligenciou a população.
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