Para a presidente, a questão deve ser tratada de uma forma mais abrangente
Em visita diplomática a Cuba, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta
terça-feira (31/01) que os direitos humanos não devem ser usados como
arma política. Para a chefe de Estado brasileira, a questão deve ser
tratada de uma forma mais abrangente. A declaração de Dilma acontece no
momento em que grupos anticastristas pressionaram a presidente
brasileira a se manifestar sobre o tema.
Durante discurso em frente ao Memorial José Martí, em Havana, Dilma
mencionou a prisão de segurança máxima de Guantánamo, em Cuba e
controlada pelos Estados Unidos, para exemplificar a maneira como a
discussão sobre os direitos humanos não é linear.
Presidente brasileira participou de cerimônia no tradicional Memorial José Martí [Roberto Stuckert Filho/PR - Divulgação] |
Para a presidente, a existência da prisão, localizada em uma base naval
norte-americana, precisa ser revista. “Nós começaremos a falar de
direitos humanos no Brasil, nos EUA, a respeito de uma base aqui chamada
de Guantánamo. [É preciso falar de] direitos humanos em todos os
lugares”, afirmou.
Os EUA são criticados por manterem na prisão dezenas de suspeitos de
terrorismo há mais de 10 anos, sem julgamento. Denúncias de organizações
que lutam por direitos humanos criticam o tratamento dado aos presos.
“Prefiro falar de outra coisa. Prefiro falar de algo muito importante
que é o fato de que o mundo precisa se comprometer, em geral. Não é
possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de combate
político ideológico”, declarou a presidente, que voltou a falar sobre o
aspecto brasileiro do tema.
Dilma se encontrou com o presidente cubano, Raúl Castro, para discutir acordos [Roberto Stuckert Filho/PR - Divulgação] |
“O mundo precisa se convencer de que [os direitos humanos] é algo que
todos os países do mundo têm de se responsabilizar, inclusive o nosso.
Quem atira a primeira pedra tem telhado de vidro. Nós, no Brasil, temos o
nosso. Então eu concordo em falar de direitos humanos dentro de uma
perspectiva multilateral. Acho que esse é o compromisso de todos os
povos civilizados”, completou.
Dilma Rousseff chegou na noite desta segunda-feira (30/01) à Havana
onde assinará vários acordos bilaterais para a ampliação das parcerias
entre os dois países. Os contratos devem abranger as áreas da saúde,
agricultura, ciências e setor aéreo.
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