segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A mesmice do jornalismo opinativo

Por Leandro Fortes

Eu tinha lido algo semelhante, no início da semana, na coluna de Ricardo Noblat, em O Globo, e achei estranho o silêncio do governo a respeito. No último dia 18, também em O Globo, na sempre interminável coluna do imortal Merval Pereira, reli a mesmíssima história, quase sem tirar nem por: “O governo Dilma Rousseff, mesmo sem grandes realizações em seu primeiro ano e cheio de problemas para resolver na sua base aliada, continua popularíssimo graças à sensação de bem estar que a economia brasileira ainda é capaz de proporcionar, mesmo que os sinais de desgaste do modelo estejam evidentes, até mesmo pelo reflexo da crise internacional”.  

Bom, o texto é ruim mesmo, mas meu comentário é outro. É nisso que passou a se resumir o jornalismo de opinião no Brasil? Um amontoado de clichês repetidos como plágio, coluna por coluna, num processo de total descolamento da realidade ditada pela internet e pelas redes sociais?  

Longe de mim querer ser porta-voz do governo Dilma, mas acho que era o caso de a Secretaria de Comunicação da Presidência tomar uma providência simples.  

Salvo engano, são 38 ministérios. Vamos pensar que cada um deles tenha promovido ao menos 10 boas realizações em 2011. Já serão, portanto, 380 realizações, um número bem distante de “quase nenhuma”, como avaliam, sem apresentar nenhum argumento minimamente factual, os colunistas de O Globo.  

Então, basta a comunicação social do Planalto compilar esses dados, enviar à redação de O Globo e esperar que o diário carioca conceda, democraticamente, o mesmo espaço para o necessário esclarecimento. Caso isso não ocorra, que os dados sejam colocados no Blog do Planalto e distribuídos nas redes sociais como desmentido. Isso, claro, se a presidenta Dilma achar realmente que os colunistas em questão estão errados.  

Não parece simples, ou estou ficando maluco?

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