Sento em um café de Poços, me preparo para mergulhar nas recordações, quando sou interrompido por dona Gerusa, de Carmo do Rio Claro.
Quis aproveitar a oportunidade para um desabafo.
A família mexe com café. Mas o filho pretendia e pretende ser empreendedor e montar uma indústria ligada à área. Tempos atrás foi atrás do BNDES para um financiamento pequeno, de R$ 10 mil. Dona Gerusa explica que o café estava em crise e a família não tinha como ajudar.
Não conseguiu vencer a burocracia (tenho a impressão de que não chegaram a ele informações sobre o Cartão BNDES). Precisou levantar o dinheiro em um banco privado, pagando 2% ao mês.
Mesmo assim, conseguiu levar o negócio adiante. Na hora de levantar mais R$ 100 mil, também não venceu a burocracia do BNDES. Acabou levantando no mesmo banco, a 3% ao mês.
A indignação de dona Gerusa é com a informação de que o Eike Baptista levantou uma dinheirama no BNDES. "E agora fica falando pra lá e pra cá que vai levantar hospital aqui, fazer benemerência ali, que defende o empreendedorismo acolá".
Fica o alerta para o BNDES que os programas para pequenos empresários não estão chegando ao destino final. Pelo menos aqui no nosso sul de Minas.
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