terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Porque o Serra não decolou

Ele cansou de dizer que desde criança sonhou ser presidente da república e que a vida inteira preparou-se para isso. O que faltou para ele realizar-se? Por que até hoje não decolou? Simplesmente por isso: faltaram votos.


Votos, nas pesquisas e estatísticas aparecem como números, mas são pessoas. São eleitores, seres humanos. Para conquistar votos é preciso entender mais de gente do que de planilhas.  

Clichês como segurança, saúde, educação, moradia, transporte, emprego etc., não são propostas nem idéias. São obrigações que estão na constituição.  

Mesmo com o apoio total das grandes empresas de jornalismo do Brasil (Globo, Estadão, Folha e Veja), Serra não conseguiu expor seu plano de governo, nas duas eleições presidenciais que concorreu, preferiu usar sua artilharia de mídia para criticar. O critico, na vida real, ou é ou fica conhecido como um chato.  

Lula baseou sua campanha, sinteticamente, na palavra ESPERANÇA. Dilma, na CONTINUIDADE. Ambos sem o apoio da grande mídia. Muito pelo contrario. Só receberam criticas e insinuações maldosas. Felizmente para eles, porque a credibilidade dessa mídia está cada vez mais provocando efeitos contrários.  

O que ficou dos discursos do Serra? Aquela cena dele discutindo com a entrevistadora, aquele show deprimente da bolinha de papel, ou aquela dele cantando com evangélicos. Se houve imagens positivas, mostrando-o como um grande líder, perderam-se por falta de brilho.  

Bem poucos jornalistas são bons em comunicação. Uma boa parte deles tem como função básica relatar fatos acontecidos. Racionais. A grande maioria nem isso sabe fazer e como só lêem os mesmos noticiários do seu veículo e dos coirmãos, pensam que isso é jornalismo e comunicação. Não é. É panfletagem partidária.


Serra perdeu em duas eleições duas grandes oportunidades de conquistar simpatizantes, eleitores e militantes. O Lula soube superar suas deficiências. Não conquistou votos, conquistou pessoas.  

Além de Serra não saber conversar com naturalidade com o público, sua linguagem visual é pasteurizada. Falta espontaneidade, característica que é sentida pelo público como coisa não verdadeira. O Serra não chora, não ri, não sabe brincar. Tudo isso faz parte do papel de um presidente que, alem de competência para liderar e governar, precisa ser um grande animador de auditório. Um auditório do tamanho do Brasil.  

Tenho um amigo publicitário que trabalhou na campanha que Serra disputou com o Lula. Meu amigo contou-me que o Serra é tão difícil de dialogo, tão prepotente, tanto que cansava e desanimava a equipe. Esse meu amigo acabou votando no Lula.  

Agora com o livro A Privataria Tucana, que não se sabe ainda no que vai dar, mas sabemos os danos que vai causar, o sonho, quase obsessão do Serra, ficará ainda mais difícil de ser realizado.

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