Milhares de pessoas saíram às ruas em Gaza pedindo pela libertação de Adnan [Efe] |
A Anistia Internacional entrou na campanha para pedir a libertação do palestino Jader Adnan, de 33 anos, que há 63 dias faz greve de fome por ter sido preso em Israel. Atualmente em um hospital da cidade de Safet, por conta de sua crítica situação, Adnan está em uma condição chamada “detenção administrativa”, que permite que Israel o mantenha preso por tempo indeterminado e sem acusação formal legal.
O site oficial da Anistia Internacional
divulga uma nota a respeito do caso e abre um espaço para que sejam
enviadas mensagens a Israel pedindo pelo fim do uso da detenção
administrativa.
Ainda segundo a Anistia, o advogado de Adnan já entrou com um pedido de
apelação, mas Israel negou a solicitação. O palestino foi preso no
último dia 17 de dezembro na casa onde morava em Arrabeh.
No dia seguinte, Adnan iniciou sua greve de fome para protestar contra
“a humilhação e política de detenção administrativa” impostas por
Israel. Segundo seu advogado, o palestino perdeu cerca de 40 kg no
período e atualmente está preso a uma cama de hospital devido à sua
crítica situação.
Os médicos já alertaram que caso continue com a greve, Adnan poderá
sofrer um ataque cardíaco ou uma falência múltipla de órgãos. A ONG
Human Rights Watch também alertou as autoridades israelenses a respeito
das péssimas condições em que o palestino se encontra. A resposta de
Israel, no entanto, foi fria e desanimadora.
"Khader Adnan foi preso com um mandado de prisão administrativa por
atividades que ameaçam a segurança regional. Este mandado foi autorizado
por uma ordem judicial”, declarou o Exército israelense à emissora Al Jazeera, por meio de um comunicado oficial.
Israel alega que Adnan deve cumprir a pena de quatro meses a qual foi
submetido. Dessa forma, o israelense poderia ser liberado, sem ter sido
julgado por crime nenhum, no próximo dia 8 de maio. Apesar disso, sua
pena pode ser estendida por tempo indeterminado.
Hoje, Adnan recebe apenas algumas vitaminas vitais por via intravenosa, mas recusa-se a ingerir qualquer tipo de alimento.
Apoio nas ruas
Chamado por alguns de “Gandhi palestino”, em referência ao líder
indiano, Adnan ganhou o apoio dos palestinos e sua prisão motivou
protestos nos últimos dias. Em Gaza, pelo menos 5 mil pessoas foram às
ruas nesta sexta-feira (17) com bandeiras da Jihad, do Hamas e do Fatah,
pedindo juntos pela libertação do palestino.
Os manifestantes afirmam que protestos deste tipo – como o de Adnan –
nunca persistem por tanto tempo entre os palestinos. Até mesmo por isso,
segundo eles, é necessário apoiar a libertação do palestino.
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