quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Deboche

Numa cidade do sertão do Ceará, um cidadão, chamado Demizão, pretende ser candidato a vereador naquele município. Como radialista, o pré-candidato lançou, como plataforma eleitoral, criar em sua cidade um “albergue”, com psicólogos, para cuidar dos cornos da cidade.

Esse não é o único episódio em que o processo eleitoral é levado ao deboche. Na cidade de Fortaleza, uma vedete, famosa por sua prática de streap tease e espetáculos pornôs, Débora Soft, candidatou-se à vereadora e se elegeu. Recorrendo ao passado mais distante, devemos lembrar-nos da eleição do “bode cheiroso” no município de Jaboatão, em Pernambuco. Em São Paulo, tivemos a eleição do rinoceronte “Cacareco”, que se prestou a motes de marchinhas de carnaval.

É natural que existam manifestações políticas dessa natureza, tamanho é o deboche dos políticos de carreira, particularmente os fisiológicos que não respeitam, minimamente, seus eleitores e se dão à prática de comportamentos chocantes, como são o nepotismo e a corrupção corrente, sem que haja a devida punição que se havia de esperar.

É um engano, entretanto, imaginar que o nepotismo e a corrupção são práticas próprias das instituições legislativas e executivas. Recentemente, vimos estourar uma bomba de grande tamanho em relação à corrupção que se faz presente no chamado Poder Judiciário. A corregedora, Eliana Calmon, numa prova de coragem e lisura, veio a público para dizer, com todas as letras, que o Judiciário abrigava um bom número de bandidos de toga.

O presidente do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, o Ministro Peluso, saiu em defesa dos acusados, dizendo que a citada corregedora agira com exagero e de forma inconveniente. As organizações corporativas não fizeram silêncio e bradaram energicamente em defesa da lisura que caracteriza o Judiciário.

No exército cerca de sete generais foram acusados de improbidade, desviando recursos e praticando superfaturamento na condução do DNIT. E assim, vê-se que o capitalismo está podre e tudo que consegue fazer não passa de remendos.

Fonte: Gilvan Rocha


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