Numa cidade do sertão do Ceará, um cidadão, chamado Demizão,
pretende ser candidato a vereador naquele município. Como radialista, o
pré-candidato lançou, como plataforma eleitoral, criar em sua cidade um
“albergue”, com psicólogos, para cuidar dos cornos da cidade.
Esse
não é o único episódio em que o processo eleitoral é levado ao deboche.
Na cidade de Fortaleza, uma vedete, famosa por sua prática de streap
tease e espetáculos pornôs, Débora Soft, candidatou-se à vereadora e se
elegeu. Recorrendo ao passado mais distante, devemos lembrar-nos da
eleição do “bode cheiroso” no município de Jaboatão, em Pernambuco. Em São Paulo, tivemos a eleição do rinoceronte “Cacareco”, que se prestou a motes de marchinhas de carnaval.
É
natural que existam manifestações políticas dessa natureza, tamanho é o
deboche dos políticos de carreira, particularmente os fisiológicos que
não respeitam, minimamente, seus eleitores e se dão à prática de
comportamentos chocantes, como são o nepotismo e a corrupção corrente,
sem que haja a devida punição que se havia de esperar.
É
um engano, entretanto, imaginar que o nepotismo e a corrupção são
práticas próprias das instituições legislativas e executivas.
Recentemente, vimos estourar uma bomba de grande tamanho em relação à
corrupção que se faz presente no chamado Poder Judiciário. A
corregedora, Eliana Calmon, numa prova de coragem e lisura, veio a
público para dizer, com todas as letras, que o Judiciário abrigava um
bom número de bandidos de toga.
O presidente do
Conselho Nacional de Justiça – CNJ, o Ministro Peluso, saiu em defesa
dos acusados, dizendo que a citada corregedora agira com exagero e de
forma inconveniente. As organizações corporativas não fizeram silêncio e
bradaram energicamente em defesa da lisura que caracteriza o
Judiciário.
No exército cerca de sete generais
foram acusados de improbidade, desviando recursos e praticando
superfaturamento na condução do DNIT. E assim, vê-se que o capitalismo
está podre e tudo que consegue fazer não passa de remendos.
Fonte: Gilvan Rocha
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