Da Redação
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a criticar a postura
do ex-governador José Serra durante a campanha eleitoral de 2010,
disputada contra Dilma Rousseff. Em artigo para o jornal O Estado de S. Paulo
neste domingo (5), o presidente de honra do PSDB reafirmou ver o
senador Aécio Neves (MG) como o mais provável candidato da sigla em 2014
— ainda que, segundo o ex-presidente, ele se encontre “em fase de
testes”.
FHC retomou as críticas que já havia feito durante uma recente entrevista à revista britânica The Economist,
quando culpou Serra pelo fracasso nas últimas eleições presidenciais.
“José Serra, amadurecido por êxitos e derrotas, não conseguiu deixar
clara em 2010 sua mensagem”, argumentou no jornal paulistano, afirmando
que o ex-governador deveria ter demonstrado mais convicção na defesa de
suas propostas. “O isolamento em que sua campanha ficou, dadas as
dissonâncias internas do PSDB e as dificuldades para fazer alianças
políticas, impediu a vitória.”
Na sequência, o ex-presidente expõe novamente sua visão de que Aécio
Neves é o “mais óbvio” candidato tucano à presidência em 2014. Como
elementos a favor dessa visão, aponta a boa posição de Aécio em Minas
Gerais e seu estilo de fazer política. Ainda assim, FHC frisa que o
senador “está em fase de teste”, e pergunta: “transmitirá uma mensagem
que salte os muros do Congresso e chegue às ruas?”. FHC pensa que Aécio
deve ter a ousadia de dizer “verdades inconvenientes”, ainda que tenham
um custo eleitoral, para mostrar à população que existe um “outro lado”
na política.
O texto, intitulado “Crer e perseverar”, tem como mote a necessidade
de a oposição deixar de lado a timidez em criticar o governo petista,
ainda que seja aprovado pela maior parte da população. A crítica vem
depois que tucanos atacaram abertamente o que consideram uma postura
tímida de Aécio na contraposição a Dilma Rousseff.
Em dois momentos, FHC compara a popularidade das gestões de Lula e de
Dilma às obtidas durante o chamado “milagre econômico”, durante a
ditadura. Ele considera que a oposição deve fazer seu papel
independentemente do resultado eleitoral que isso acarrete, ainda que
precise escolher aquilo que deseja — situação diferente da vivida
durante o regime autoritário, quando estava claro que o objetivo era a
abertura política.
O ex-presidente garante que ganhou duas vezes eleições contra Luiz
Inácio Lula da Silva porque tinha uma mensagem clara a favor da
estabilização econômica por meio do Plano Real, e que o próprio Lula
teve êxito quando se mostrou “audacioso, desprendido e generoso”.
Com informações da Rede Brasil Atual
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