terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

FHC volta a criticar Serra e vê Aécio como candidato “em teste”

Da Redação

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a criticar a postura do ex-governador José Serra durante a campanha eleitoral de 2010, disputada contra Dilma Rousseff. Em artigo para o jornal O Estado de S. Paulo neste domingo (5), o presidente de honra do PSDB reafirmou ver o senador Aécio Neves (MG) como o mais provável candidato da sigla em 2014 — ainda que, segundo o ex-presidente, ele se encontre “em fase de testes”.

FHC retomou as críticas que já havia feito durante uma recente entrevista à revista britânica The Economist, quando culpou Serra pelo fracasso nas últimas eleições presidenciais. “José Serra, amadurecido por êxitos e derrotas, não conseguiu deixar clara em 2010 sua mensagem”, argumentou no jornal paulistano, afirmando que o ex-governador deveria ter demonstrado mais convicção na defesa de suas propostas. “O isolamento em que sua campanha ficou, dadas as dissonâncias internas do PSDB e as dificuldades para fazer alianças políticas, impediu a vitória.”

Na sequência, o ex-presidente expõe novamente sua visão de que Aécio Neves é o “mais óbvio” candidato tucano à presidência em 2014. Como elementos a favor dessa visão, aponta a boa posição de Aécio em Minas Gerais e seu estilo de fazer política. Ainda assim, FHC frisa que o senador “está em fase de teste”, e pergunta: “transmitirá uma mensagem que salte os muros do Congresso e chegue às ruas?”. FHC pensa que Aécio deve ter a ousadia de dizer “verdades inconvenientes”, ainda que tenham um custo eleitoral, para mostrar à população que existe um “outro lado” na política.

O texto, intitulado “Crer e perseverar”, tem como mote a necessidade de a oposição deixar de lado a timidez em criticar o governo petista, ainda que seja aprovado pela maior parte da população. A crítica vem depois que tucanos atacaram abertamente o que consideram uma postura tímida de Aécio na contraposição a Dilma Rousseff.

Em dois momentos, FHC compara a popularidade das gestões de Lula e de Dilma às obtidas durante o chamado “milagre econômico”, durante a ditadura. Ele considera que a oposição deve fazer seu papel independentemente do resultado eleitoral que isso acarrete, ainda que precise escolher aquilo que deseja — situação diferente da vivida durante o regime autoritário, quando estava claro que o objetivo era a abertura política.

O ex-presidente garante que ganhou duas vezes eleições contra Luiz Inácio Lula da Silva porque tinha uma mensagem clara a favor da estabilização econômica por meio do Plano Real, e que o próprio Lula teve êxito quando se mostrou “audacioso, desprendido e generoso”.

Com informações da Rede Brasil Atual

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