A justiça decidiu ontem (15), pela soltura do fotógrafo piauiense Joel
Marques Cardoso, 48 anos, preso ao ser confundido com um traficante
durante operação Segor, deflagrada pela Polícia Civil no último dia 9 de
fevereiro. Muito abalado, o fotógrafo contou ao Cidadeverde.com que foi
levado como marginal.
Na ação, 16 pessoas foram detidas por tráfico de drogas no município de Picos (a 306 km de Teresina). Joel Cardoso, fotógrafo há 20 anos, funcionario público e estudante do 8º período de jornalismo, teve a prisão decretada após interceptações telefônicas. No celular do fotógrafo, a Polícia ouviu um traficante de nome “Maycon” negociar a compra de drogas.
O
engano da voz foi constatado após a polícia ser informada que o
aparelho celular do fotografo foi perdido há um ano. Apenas às 21h de
ontem Joel foi liberado, depois de passar sete dias detido. "Fui tratado
como marginal, algemado, levado em camburão, cheguei a dormir no chão,
passei frio, fome. Nem o cachorro da minha casa come aquela comida",
narrou.
Segundo Joel, a prisão aconteceu na
frente dos filhos. Em seguida, ele foi levado para a Penitenciária Irmão
Guido. Após constatado o erro, foi encaminhado para a carceragem da
Delegacia de Entorpecentes, até ser liberado. "Eu choro a todo momento e
só penso em voltar para a minha cidade para curtir a liberdade".
O
fotógrafo garantiu que não conhece ninguém da quadrilha que foi presa
na operação. "Acredito que me envolveram nisso porque eu perdi meu
celular há um ano e não cancelei o chip, nem fiz Boletim de Ocorrência",
destacou.
Para
confirmar o erro, o delegado Samuel Silveira, um perito e o fotógrafo
ouviram a gravação e constataram que não se tratava da voz de Joel.
"Nunca pensei que um dia passaria por isso", revela. Nesta quinta-feira
(16), às 14h, ele fará nova perícia de voz para ser usada como prova
técnica.
Nota de repúdioO Sindicato dos Jornalistas do Piauí divulgou nota de repúdio contra a prisão do fotógrafo.“O Sindjor-PI lamenta que o aparelho policial execute prisão de cidadão sem antes ter a comprovação do envolvimento ou culpa, causando prejuízos e danos morais a pessoa”. Na nota, a entidade afirma ainda que colocou à disposição da família a assessoria jurídica para a reparação de danos morais.Yala Sena e Jordana Cury
Nenhum comentário:
Postar um comentário