Quarenta homens do COT (Comando de Operações Táticas) da Polícia Federal
desembarcaram neste domingo em Salvador para executar os mandados de prisão expedidos contra integrantes do movimento grevista da Polícia Militar.
Os policiais federais também serão responsáveis pela remoção dos detidos para presídios federais.
Pela manhã, foi preso um dos 12 policiais militares grevistas que tiveram a prisão decretada
na semana passada. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o PM é
acusado de formação de quadrilha e roubo de um carro da corporação.
Ele é lotado na Coppa (Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental) e
foi preso pelo comandante da companhia. Além de responder pelos crimes,
o policial vai passar por um processo administrativo na própria
corporação.
Ontem, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse que os policiais
militares em greve cometeram crimes que estão acontecendo em Salvador.
Ele também disse que a categoria promove um "banho de sangue" para amedrontar a população.
O governador negou que pretenda autorizar a invasão da Assembleia
Legislativa, onde os manifestantes estão acampados. Ainda segundo
Wagner, os policiais que tiveram a prisão decretada são líderes do
movimento e teriam sido identificados em atos de vandalismo.
MILITARES
Até o final do dia, o contingente de militares das Forças Armadas
atuando na Bahia, para garantir a segurança em meio à greve de policiais
militares, deverá chegar próximo a 3.500 homens, segundo informou o
ministro interino da Defesa e comandante do Exército, general Enzo
Martins Peri, após participar da cerimônia de troca da bandeira na Praça
dos Três Poderes.
"As ações do Exército [na Bahia] vão muito bem e, até agora está muito
positivas, com a presença das tropas circulando pela cidade. Cada vez
mais tropas chegam e, até o final do dia, estaremos beirando os 3,5 mil
militares em processo por via aérea e terrestre. Isso mostra a
determinação do governo federal em apoiar o governo da Bahia nas suas
necessidades", disse o general à Agência Brasil.
"Nossa ação é de patrulhamento em conjunto com os policiais militares
que não estão de acordo com o movimento, e nossa parte é apoiar o
governo do Estado, que é quem conduz as negociações com aqueles que
estão envolvidos no movimento [grevista]", completou.
O tenente-coronel Cunha, responsável pelas operações na Bahia, informou
que há uma onda de boataria correndo pelo Estado. "Um dos problemas
maiores [que estamos vivenciando] é a grande onda de boatos, que já
estão sendo combatidos com a presença das nossas tropas, além das
policias Militar e Civil, para devolver a sensação de segurança e
tranquilidade à população", disse.
CRIMES
Dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia apontam que já chega a 78
o número de homicídios na região metropolitana de Salvador durante a
greve da Polícia Militar, iniciada na noite da última terça-feira (31).
Apenas entre a madrugada e a manhã de hoje, já foram registrados oito
mortes desse tipo.
O dia mais violento até o momento foi a última sexta (3) quando 32
pessoas foram mortas. Segundo a secretaria, ocorreram também sete
homicídios na região na quarta-feira (1º), 14 na quinta (2) e mais 17 no
sábado(4).
No mesmo período da semana passada, o número de homicídios na região metropolitana foi de 41, incluindo todo o domingo.
Fonte: Folha.com
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