Deputado federal participou, ao lado do jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro 'Privataria Tucana', de ato na Assembleia de Minas Gerais em apoio à criação da comissão na Câmara
BELO HORIZONTE - A decisão do presidente da Câmara, deputado federal
Marco Maia (PT-RS), de instalar três comissões parlamentares de
inquérito (CPIs) no primeiro dia de volta aos trabalhos na Casa animou o
deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) em relação à criação de uma CPI
para investigar irregularidades que teriam ocorrido nas privatizações
realizadas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). Ao lado de parlamentares do PT, o ex-delegado afirmou na
segunda-feira, 6, que tem apoio do partido da presidente Dilma Rousseff,
um dos que evitou levar à frente a Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) do Banestado criada no Congresso em 2003 para apurar
denúncias semelhantes.
"Tenho o compromisso do presidente (Marco Maia) de que ela será
instalada. E será feita com toda transparência, porque já nasce de uma
exigência externa", afirmou, ao lado do jornalista Amaury Ribeiro
Júnior, autor do livro Privataria Tucana, que levou Protógenes a propor a
criação da comissão. O ex-delegado e o jornalista participaram na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais de ato de apoio de políticos e
entidades da sociedade civil à criação da CPI.
Um dos parlamentares presentes foi o deputado estadual Mauro Rubem,
de Goiás. Integrante do diretório nacional do PT, Rubem assumiu que
integrantes de seu partido ajudaram a enterrar a Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado, mas disse que o partido hoje é
favorável às investigações sobre supostos desvios de recursos para
paraísos fiscais ocorridos durante as privatizações.
Segundo o deputado, hoje há um "quadro distinto da situação da época". "Sem dúvida o partido vai levar (a CPI) adiante. As disputas internas são naturais. Mas os petistas que foram contrários (à CPMI do Banestado)
não tinha noção da extensão dos problemas", alegou. A avaliação é
semelhante à de Amaury Ribeiro, para quem os partidos de esquerda
estavam "desarticulados". "Agora é uma outra situação, mesmo porque
estamos entrando em nova onda privatista", disse, lembrando as
privatizações dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília
realizadas ontem pelo governo federal.
Já Protógenes afirmou que a apuração das denúncias de irregularidades
nas privatizações é um "compromisso democrático" que o Congresso tem
com a população o que, na opinião do parlamentar, levou até integrantes
da oposição a assinarem o pedido de instalação da CPI. "As questões
internas dos partidos são menores diante disso", avaliou, referindo-se
às denúncias. O pedido de criação da comissão, de acordo com o
ex-delegado, tem 206 assinaturas, 35 a mais que o mínimo exigido. "Este
mês não vai dar tempo. Mas assim que as outras CPI estiverem
funcionando, esta vai ser instalada", disse, referindo-se às CPIs
criadas para investigar o tráfico de pessoas, a exploração sexual de
menores e o trabalho escravo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário