segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Protógenes mostra otimismo sobre instalação de CPI das Privatizações

Deputado federal participou, ao lado do jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro 'Privataria Tucana', de ato na Assembleia de Minas Gerais em apoio à criação da comissão na Câmara



BELO HORIZONTE - A decisão do presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT-RS), de instalar três comissões parlamentares de inquérito (CPIs) no primeiro dia de volta aos trabalhos na Casa animou o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) em relação à criação de uma CPI para investigar irregularidades que teriam ocorrido nas privatizações realizadas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ao lado de parlamentares do PT, o ex-delegado afirmou na segunda-feira, 6, que tem apoio do partido da presidente Dilma Rousseff, um dos que evitou levar à frente a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado criada no Congresso em 2003 para apurar denúncias semelhantes. 

"Tenho o compromisso do presidente (Marco Maia) de que ela será instalada. E será feita com toda transparência, porque já nasce de uma exigência externa", afirmou, ao lado do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, autor do livro Privataria Tucana, que levou Protógenes a propor a criação da comissão. O ex-delegado e o jornalista participaram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais de ato de apoio de políticos e entidades da sociedade civil à criação da CPI.

Um dos parlamentares presentes foi o deputado estadual Mauro Rubem, de Goiás. Integrante do diretório nacional do PT, Rubem assumiu que integrantes de seu partido ajudaram a enterrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado, mas disse que o partido hoje é favorável às investigações sobre supostos desvios de recursos para paraísos fiscais ocorridos durante as privatizações.

Segundo o deputado, hoje há um "quadro distinto da situação da época". "Sem dúvida o partido vai levar (a CPI) adiante. As disputas internas são naturais. Mas os petistas que foram contrários (à CPMI do Banestado) não tinha noção da extensão dos problemas", alegou. A avaliação é semelhante à de Amaury Ribeiro, para quem os partidos de esquerda estavam "desarticulados". "Agora é uma outra situação, mesmo porque estamos entrando em nova onda privatista", disse, lembrando as privatizações dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília realizadas ontem pelo governo federal.

Já Protógenes afirmou que a apuração das denúncias de irregularidades nas privatizações é um "compromisso democrático" que o Congresso tem com a população o que, na opinião do parlamentar, levou até integrantes da oposição a assinarem o pedido de instalação da CPI. "As questões internas dos partidos são menores diante disso", avaliou, referindo-se às denúncias. O pedido de criação da comissão, de acordo com o ex-delegado, tem 206 assinaturas, 35 a mais que o mínimo exigido. "Este mês não vai dar tempo. Mas assim que as outras CPI estiverem funcionando, esta vai ser instalada", disse, referindo-se às CPIs criadas para investigar o tráfico de pessoas, a exploração sexual de menores e o trabalho escravo.


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