quinta-feira, 15 de março de 2012

Bispo afirma que a PUC não deveria ter professor gay ou comunista; docentes respondem

Dom Bergonzini se notabilizou nas últimas campanhas presidenciais ao distribuir cerca de dois milhões de folhetos contra a candidatura de Dilma Rousseff por ela ser defensora da legalização do aborto

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, 75, bispo emérito de Guarulhos, na Grande São Paulo, escreveu em seu blog que a PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo só deveria ter professores que comungam com a fé cristã.

Disse que os docentes que defendem a descriminalização do aborto, “ideologia homossexual”, eutanásia, maconha e comunismo deveriam sair da universidade.

“Se a PUC é da Igreja Católica, [o professor] deve seguir o Evangelho e a moral cristã”, escreveu. “[A universidade] não pode ter em seu corpo docente professores que contrariem os ensinamentos da Igreja.”

Bergonzini citou o jornalista Leonardo Sakamato, que defende a liberação do aborto, como exemplo de professor que não poderia ter sido contratado pela universidade católica.

Sakamato afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que quem defende os direitos humanos, como ele, acaba sempre criticado pelos setores mais conservadores da sociedade. “Eu defendo que o bispo continue com o direito de defender sua opinião, mas essa posição mostra que ele quer evitar que o outro continue falando.”

Maria Beatriz Costa Abramides, representante dos docentes da universidade, disse que a PUC se dedica ao conhecimento do interesse da população, e não do da religião. “Sempre lutamos por uma universidade laica e plural.”

Essa é também a opinião de Guilherme Bertoldi, vice-presidente do Centro Acadêmico de Economia.

Dom Bergonzini se notabilizou nas últimas campanhas presidenciais ao distribuir cerca de dois milhões de folhetos contra a candidatura da petista Dilma Rousseff por ela ser defensora da legalização do aborto.


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