Decisão abre oficialmente investigação sobre conduta do parlamentar, flagrado trocando favores com chefe de máfia dos caça-níqueis em Goiás
Gabriel Castro
O Conselho de Ética do Senado abriu nesta terça-feira o processo por quebra do decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O novo presidente do colegiado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) tinha a prerrogativa de aceitar unilateralmente o pedido feito pelo PSOL contra o ex-integrante do DEM. Mas preferiu dividir a responsabilidade com os colegas e consultar a comissão. Ninguém se opôs.
A decisão foi tomada durante a primeira reunião do Conselho de Ética
depois do surgimento das denúncias contra Demóstenes. Com isso, o
senador não tem mais a possibilidade de renunciar sem ser punido pela
Lei da Ficha Limpa, que o deixaria inelegível até 2027.
O parlamentar foi flagrado pela Polícia Federal negociando trocas de
favores com o contraventor Carlinhos Cachoeira, que comandava a máfia
dos caça-níqueis em Goiás. O senador, que deixou de comparecer ao
Congresso e se mantém em silêncio desde que as denúncias se agravaram,
deve perder o mandato.
Também nesta terça-feira, líderes dos principais partidos afirmaram
apoiar a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) para analisar as relações de senadores e deputados com Cachoeira.
Além de Demóstenes, os deputados Sandes Júnior (PP-GO), Carlos Alberto
Lereia (PSDB-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Rubens Otoni (PT-GO)
devem ser alvo da investigação.
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