sexta-feira, 27 de abril de 2012

Dossiê feito por Cachoeira denuncia contas de Perillo

Foto: Divulgação

Confeccionado em 2006, relatório sobre contas no exterior do governador de Goiás, que circulou como apócrifo, virou notícia em 2010 e gerou investigação a pedido do Palácio do Planalto; a novidade é: foi o bicheiro que o montou e fez circular

O governador de Goiás, Marconi Perillo, enfrenta problemas por suspeitas de associação com Carlinhos Cachoeira, mas, ironicamente, um dossiê montado pelo bicheiro para prejudicar Perillo complica o tucano. A deputada federal Iris Rezende solicitou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que o Coaf investigue a existência de contas bancárias do governador do exterior. A deputada certamente conhece o dossiê apócrifo que, em circulação desde 2006, aponta a existência de contas mantidas por Perillo em bancos como o UBS, Citibank, Credit Suisse e Bank of America.

Noticiada em 2010 pelo jornal O Estado de S.Paulo, a existência do dossiê levou o Palácio do Planalto a abrir investigação contra o então senador Marconi Perillo, que negou a existência das contas e disse que as informações do relatório apócrifo eram falsas. No relatório, constavam extratos das supostas contas registradas em nome de uma offshore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, da qual Perillo seria um dos dirigentes. Um dos papéis anexados ao relatório, com timbre do banco suíço UBS e datado de 2003, diz que o Aztec Group tinha na instituição uma aplicação de 200 milhões de Euros (relembre).

O que se sabe agora é que o tal dossiê foi preparado por um araponga de Cachoeira. Uma fonte a quem o relatório chegou a ser oferecido disse ao 247 que o dossiê foi confeccionado em 2006, na tentativa de favorecer a campanha de Demóstenes Torres ao governo de Goiás. Por ironia do destino, anos depois, o homem que tentou prejudicar Perillo macula a imagem do governador por pretensamente manter relações espúrias com ele.

O blog Quid Novid, do jornalista Mino Pedrosa (ex-assessor de Cachoeira), publicou nesta semana áudios que indicam a entrega de um pacote de dinheiro com R$ 500 mil no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, em uma caixa de computador. Perillo negou o recebimento do dinheiro, mas essa história está ficando cada vez pior para ele.

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