O site Brasil 247 diz que a Veja
cogita lançar seu editor Policarpo Júnior à cachoeira. Ou ao
Cachoeira, o bicheiro Carlos Augusto Ramos, com quem Policarpo mantina
intensas relações.
“Acostumada a provocar CPIs, a
revista Veja está prestes a se tornar protagonista de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional. Tudo em função das
estreitas ligações entre o redator-chefe da revista, Policarpo Júnior, e
o contraventor Carlinhos Cachoeira. Os dois trocaram mais de 200
telefonemas no último ano. Em conversas interceptadas pela Polícia
Federal, Cachoeira se vangloriou de ter repassado diversos furos de
reportagem ao jornalista – muitos deles, fruto de grampos ilegais. Num
outro diálogo, o bicheiro deu ordens a um assessor para que buscasse
Policarpo no “aeroporto pequeno”, num indício de que talvez tenha
mandado um avião particular buscá-lo.
Por essas e, possivelmente, outras contidas nas duas centenas de diálogos gravados entre Policarpo e Cachoeira,segundo o 247, ” nesta
sexta-feira, discutiu-se na Abril se a melhor saída não seria o
afastamento de Policarpo – ainda que temporário – para tentar estancar o
problema.”
É duvidoso que tome este caminho, ao menos por enquanto. A Veja deste
final de semana é a prova de que, embora pouco sustentável, o caminho
da revista será o mesmo que seus comandados da mídia já vinha
experimentando ao longo da semana.
Como não dava para, como na edição anterior, escapar de novo pela tangente, a conversa da cortina de fumaça foi a saída.
Ainda não tive acesso ao conteúdo, mas já sei que a revista “culpa”
Lula – como também se adiantou aqui – pelo escândalo, como se o
ex-presidente fosse o mentor de uma investigação que – não é, Dr.
Gurgel? – está parada há tento tempo.
E o Estadão “psicografa” o conteúdo de uma conversa privada entre
Lula e Dilma, na qual, claro, a presidente pediria ao “malvado” Lula que
não fizesse isso, não…
Dá para compreender o ridículo da estratégia da mídia conservadora?
Se não há nenhuma ligação entre Cachoeira, Demóstenes, seus agentes
na imprensa e o dito “mensalão”, em que este poderia ser “cortina de
fumaça”?
Em que um homem recém saído de uma dolorosa e massacrante terapia de
câncer, cujos passos e encontros têm sido públicos e fartamente
divulgados, poderia estar conspirando contra os fatos? Sim, porque nem
com uma Polícia Federal tucana e com os radinhos Nextel fajutos que o
Cachoeira achava serem à prova de grampo, isso poderia estar
acontecendo…
Mas Veja tem lá sua razão. Há mesmo uma cortina de fumaça.
É a dos que não querem que se investigue – ou já antecipam uma
desqualificação da CPI – os subterrâneos das conspirações da oposição
contra os dois governos Lula e, agora, o governo Dilma.
E essa vai aparecer, porque é impossível separar a atuação de
Cachoeira e suas pressões da sua ligação, da sua associação íntima com a
Veja – que é uma espécie de quartel-general do “Comando Marrom” .
Nela, Policarpo Júnior era apenas o elo, porque por mais poder
interno que tivesse, não tem autonomia para conduzir, por anos a fio, a
linha assumida pela revista, embora a ela se prestasse a servir com
indizível prazer.
A cortina de fumaça está mesmo lá.
O elo Policarpo conduz ao comando deste sistema de mídia que domina o país.
Talvez aí, de verdade, esteja a verdade da profecia de Carlinhos
Cachoeira, na frase em que disse que, com o material que por oito anos
“plantou” na Veja, estava “limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil”.
Sim,o bicheiro talvez termine por fazer isso.
Cachoeira pode mesmo levar a Veja de roldão.
TIJOLAÇO.COM, via BLOG DO SARAIVA.
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