Edivaldo Cardoso (à dir.) não era alvo de inquérito, mas sua voz aparece nas gravações da PF em conversa com Carlinhos Cachoeira; ele se compromete a intermediar liberação de verba para empresa ligada ao contraventor; leia carta de demissão
O presidente do Departamento de Trânsito em Goiás (Detran-GO),
Edivaldo Cardoso, pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira 4. Apesar
de não ser alvo de investigação, sua voz é uma das que aparecem nas
gravações da Polícia Federal em conversa com o bicheiro Carlinhos
Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo da PF. No diálogo, Cardoso se
comprometeria a intermediar no governo estadual um repasse de verbas
para uma empresa que seria ligada ao bicheiro.
Em carta de demissão enviada a Perillo, o ex-presidente do Detran
afirma que “a verdade sempre prevalecerá” e que setores da mídia e
adversários políticos procuraram vincular suas atividades eminentemente
privadas com sua atuação como membro da equipe do Governo de Goiás. Leia
a íntegra da carta, enviada pela assessoria de imprensa do governo de
Goiás:
Caro amigo Governador Marconi Perillo,
Diante dos últimos fatos noticiados e principalmente pela minha
inabalável crença no sentido de que a verdade sempre prevalecerá,
apresento a Vossa Excelência meu pedido de exoneração do cargo de
Presidente do DETRAN-GO. Nos últimos dias, setores da mídia e
adversários políticos procuraram de todas as formas vincular minhas
atividades eminentemente privadas, sobre as quais inclusive tenho a
prerrogativa de manter sigilo, notadamente as que envolvem minha
atividade profissional como advogado, com a minha atuação como membro da
equipe do Governo de Goiás.
É claro que isso cria a possibilidade de constrangimentos ao Governo
de Vossa Excelência, bem como a meus clientes constituídos, não me
restando alternativa que não aguardar o desenrolar dos fatos até que a
sanha de uns se satisfaça e volte a prevalecer o verdadeiro Estado
democrático de Direito, pelo qual todos têm direito de se defender com a
presunção da inocência.
Não posso deixar de registrar que, em qualquer operação policial ou
judiciária em andamento, sequer sou citado como investigado, apesar da
maneira estridente com que ilações são repercutidas em parte da mídia. E
também que estarei aguardando com tranqüilidade e paz de espírito a
conclusão de todo esse processo, quando tenho certeza de que estarei
absolutamente inocentado de qualquer suspeita ou acusação.
Quero registrar o meu mais profundo agradecimento por ter integrado o
Governo de Vossa Excelência, convicto sou de que seu elevado espírito
público e competência continuarão a guiar com efeitos positivos os
destinos do Estado de Goiás, até a consecução do seu compromisso maior
de campanha, que é realizar o melhor Governo da vida dos goianos.
Com os meus respeitos, Edivaldo Cardoso
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