Grampos da Operação Monte Carlo mostram que o bicheiro contratou uma garota de programa para Eduardo Siqueira Campos, filho do governador do Tocantins, informa Leandro Mazzini, na Coluna Esplanada
PF: Cachoeira pagou garota de programa para filho de governador
O inquérito da Operação Monte Carlo traz um trecho revelador dos
expedientes que eram usados pela quadrilha para obter vantagens nas suas
aproximações de governos. Como a empreiteira Delta Construções tinha
interesse em fechar contratos no Tocantins, o contraventor Carlinhos
Cachoeira pagou um jantar e contratou uma garota de programa para
acompanhar Eduardo Siqueira Campos, o então secretário de Planejamento
do Tocantins e filho do governador Siqueira Campos (PSDB). De acordo com
o relatório da Polícia Federal, o jantar de Eduardo Siqueira Campos,
ex-deputado e ex-senador, com a garota de programa aconteceu no dia 19
de maio de 2011, em Goiânia. No dia seguinte, segundo interceptação
telefônica que consta do inquérito, Cachoeira conversou com o ex-diretor
da Delta para a região Centro-Oeste sobre o ‘arranjo’ para agradar ao
secretário. Cachoeira reclama do valor da conta, R$ 1 mil, e Abreu o
ironiza: “Você deu para vir de Brasília só para tomar vinho, bem feito!”
Seus trens…
E Cachoeira continua: “Mas precisava disso, né? Para você ganhar seus
trens, meus trens, é que tô fodido, né?”, numa referência aos supostos
interesses seus e da Delta no Tocantins.
...Meus trens
Uma outra conversa gravada pela Polícia Federal no dia 19 de maio mostra
que foi Cachoeira mesmo quem contratou a moça. O grampo mostra o
contraventor conversando com a mulher, fechando um agrado para “quem
realmente governa” no Tocantins.
Tragédia familiar
Procurado pela coluna, Eduardo Siqueira Campos disse que passou por
tragédia familiar no ano passado, quando perdeu um filho, e que foi a
Goiânia na ocasião para conhecer um médium. Disse também que está com
problemas de saúde na família, mas não negou as informações.
Em defesa
Hoje secretário de Relações Institucionais, Siqueira diz que a Delta não
tem qualquer contrato com o governo do estado que passe por sua gestão
ou conhecimento. E emendou que a conversa gravada pela PF “é uma citação
de terceiros” sobre seu nome.
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