A convite do deputado estadual pelo PT de São Paulo Adriano Diogo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, estive ontem (quinta-feira, 14) naquela Casa para assistir à cerimônia de assinatura de Convênio entre a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e a Comissão Estadual da Verdade de SP.
O Convênio em
questão objetiva estabelecer processos de geração de resultados
conjuntos, intercâmbios de informações e métodos de trabalho, com
vistas ao bem recíproco de suas missões institucionais.
O
Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, proferiu palestra
ressaltando a importância da celebração do acordo, pois São Paulo passa a
trabalhar pela construção da verdade sobre aquele período de trevas.
Após a palestra, respondeu a pergunta deste blogueiro sobre a conduta da
imprensa na construção do resgate da verdade e criticou tal conduta.
Agora,
a cereja do bolo. O deputado Adriano Diogo integrou esforços que
ajudarão a desmontar uma farsa histórica. Gentilmente, ofereceu-me, em
primeira mão, história que será apresentada àquela Casa Legislativa
para corrigir tal farsa.
Antes da cerimônia de celebração do
convênio, recebi do deputado cópia do Projeto de Decreto Legislativo
que visa sustar Decreto de 1979 assinado pelo então governador de São
Paulo, Paulo Maluf, que regularizou o uso de imóvel que se tornaria um
centro de torturas do DOI-CODI, nas imediações da Rua Tutóia, em São
Paulo.
Na prática, porém, o imóvel começou a ser usado em junho
de 1969, tendo o então prefeito paulistano Paulo Maluf participado da
cerimônia de lançamento da Operação Bandeirantes (OBAN) naquele local.
Durante os dez anos seguintes, até que Maluf regularizasse a posse do
imóvel pelo Exército, o funcionamento das instalações era clandestino.
O
mais escandaloso é que Maluf assinou o decreto regularizando a
situação do centro de torturas no ano em que seria promulgada a Anistia
(1979). Apesar do surgimento dessa prova, o ex-prefeito e ex-governador
da Arena sempre negou apoio à implantação daquela instalação onde
tombaram figuras como Wladimir Herzog, negativa que, agora, cai por
terra.
Veja, abaixo, reprodução do decreto assinado pelo então prefeito Paulo Maluf em 1969.
Leia mais no BLOG DO SARAIVA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário