Em Brasília, movimentos convocam ato contra golpe no Paraguai
Para Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, a
destituição do presidente Fernando Lugo vai ao encontro do processo de
violação de direitos do povo paraguaio, patrocinado pela oligarquia do
País. “Somos solidários ao povo e, ao mesmo tempo, não podemos nos calar
diante deste atentado à democracia que fere a toda América Latina e
Caribe”, disse.
Outros movimentos da Via Campesina também já se manifestaram. Segundo
o Movimento dos Atingidos por Barragens, o uso da violência e do golpe
contra os povos que lutam tem sido uma prática da direita e dos setores
empresariais da América Latina. “Acreditamos na plena possibilidade de
um governo eleito legitimamente pelo povo de exercer sua governabilidade
e de aprofundar mudanças que venham atender os interesses dos
trabalhadores do campo e da cidade”, disse em nota.
O massacre de Curuguaty em 18 de junho, que terminou com 11
camponeses mortos, foi planejado para dar argumento político para uma
ditadura judicial e parlamentar. Após o massacre, o parlamento do
Paraguai, que tem dificultado os processos de integração da América
Latina, empreendeu um rápido julgamento político, destituindo o
presidente Fernando Lugo de seu posto sob acusações não fundamentadas e
sem provas, diante de argumentos que questionavam a ação do governo
frente aos movimentos sociais.
A notícia do impeachment foi recebida com protestos pelo povo
paraguaio. Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador declararam o não
reconhecimento do novo presidente paraguaio e rejeitam o golpe de
Estado.
A manifestação será em frente à embaixada do Paraguai em Brasília, às 14h.
Endereço da embaixada: SES Av. das Nações, Qd. 811, Lote 42.
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