Para oficiais de Bruxelas, entidades que devem falir, irão falir de qualquer forma
Após o empréstimo de 100 bilhões de euros para salvar o sistema
financeiro da Espanha, a União Europeia vai exigir que governo do premiê
Mariano Rajoy escolha os bancos que receberão os repasses. Segundo o
jornal El Mundo, um alto funcionário da Comissão Europeia disse
que a prioridade a partir de agora será descartar alguns bancos da
lista de instituições aptas a receber ajuda financeira, já que "se há
entidades que devem quebrar, elas quebrarão" de qualquer forma.
"Não temos porque salvar todos os bancos se isso não é estritamente
necessário", argumentou o oficial ao defender que o país feche entidades
problemáticas que não representem riscos à estabilidade da economia.
"Há casos em que é necessário liquidar entidades", acrescentou, o
funcionário do bloco, salientando que a União Europeia quer "evitar ao
máximo o uso de dinheiro público".
O objetivo é evitar de antemão que bancos com problemas estruturais e
sem plano de recuperação financeira consistente tentem elevar sua
liquidez a partir de dinheiro público. Bancos que pedirem fundos do
governo deverão arcar com uma taxa de juros equivalente 8,5% - cinco
pontos percentuais a mais do que a Espanha pagará ao longo dos próximos
anos ao FROB (Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária).
O secretário de Estado da Economia, Fernando Jiménez Latorre, já
recusou a possibilidade de o governo fechar alguns bancos e ressaltou
que o que será feito após a concessão desse empréstimo é "algo muito
parecido" com o que já era feito antes.
Ao evitar que bancos consumam reservas públicas, a Comissão Europeia
acredita que estimulará naturalmente a formação de holdings e a venda de
ativos como forma de recapitalização. Combinadas, essas duas
estratégias, em tese, aquecerão o mercado financeiro e intensificarão
operações de especulação financeira.
"Se alguma entidade não consegue cobrir essas necessidades com os
mecanismos do mercado e se considera que sua liquidação poderá ter um
impacto sistêmico na economia espanhola, aí sim haverá intervenção
pública, com condições muito estritas", explicou a fonte consultada pelo
El Mundo.
Em Bruxelas, as expectativas são levemente otimistas. A Comissão
Europeia não nega que há ativos interessantes no mercado espanhol e
deixa claro que “há investimentos que podem ser prometedores”. O país
pode ser interessante para aqueles que "queiram apostar a longo prazo",
por que “a crise financeira vai acabar” e há muitas reservas espanholas
em países latino americanos.
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