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Foto: Edição/247 |
Petistas que ocupam postos-chave na prefeitura entregam carta de demissão ao prefeito da capital mineira, que optou pelo alinhamento com Aécio Neves (PSDB) e rompeu com o PT. Entre os demitidos, está o secretário de Finanças, José Afonso Bicalho. Ele e o procurador-geral Marco Antônio Rezende farão a transição com a nova equipe; leia carta
A Prefeitura de Belo Horizonte está esvaziada e sem boa
parte do seu corpo técnico. A decisão do prefeito Marcio Lacerda (PSB)
de não aceitar a coligação do seu partido com o PT na chapa de
vereadores, com o consequente rompimento entre as duas legendas, levou
vários técnicos e secretários ligados ao PT a deixarem a prefeitura.
A decisão da saída, em bloco, foi anunciada por volta das
14h desta quinta-feira. O presidente da Prodabel, Paulo Moura, entregou
ao prefeito uma carta que explica as razões da saída. O documento,
obtido com exclusividade pelo 247, é assinado pelos demissionários
petistas. “As opções políticas explicitadas nos últimos dias não nos
deixam alternativa a não ser a de entregar os cargos neste momento, em
caráter irrevogável”, diz um trecho da carta. Em seguida: “Por uma
questão de responsabilidade profissional e compromisso com a cidade,
colocamo-nos à disposição de V. Exa. para indispensável transição”.
Entre as saídas, a que mais surpreendeu Lacerda foi a do
secretário de Finanças, José Afonso Bicalho. Pela importância do cargo, o
prefeito chegou a pedir-lhe que repensasse a decisão. Bicalho manteve o
pedido de demissão, mas ficará temporariamente na prefeitura,
juntamente com o procurador-geral Marco Antônio Rezende - os dois farão a
transição.
A conversa de Lacerda com seus colaboradores na PBH -
agora, ex-colaboradores - foi tensa e provavelmente foi o momento mais
difícil do prefeito no cargo desde a sua posse, em janeiro de 2009. Em
determinado momento, o prefeito do PSB cobrou dos petistas o fato de não
ter sido defendido por eles no auge da disputa com o vice-prefeito
Roberto Carvalho. Em novembro do ano passado, a mando de Lacerda, vários
dos assessores que atuavam na vice-prefeitura foram exonerados. A
decisão tornou ainda mais turbulenta a relação entre Lacerda e Carvalho,
que na época classificou o ato como “desleal” e “desrepeitoso”.
Paulo Moura, da Prodabel, foi quem respondeu à cobrança de
Lacerda, alegando que todos os petistas que naquele momento estavam
deixando a PBH eram amigos pessoais de Roberto Carvalho. Alguns deles,
acrescentou, não são mais, devido aos conflitos com o prefeito.
Além de Moura e Bicalho, deixaram o primeiro escalão do
governo Lacerda: Jorge Nahas, secretário de Políticas Sociais; Murilo
Valadares, secretário de Obras e Infraestrutura; Macaé Evaristo,
secretária de Educação; Paulo Bretas, secretário de Planejamento;
Fernando Rios, presidente da Fundação Parques e Jardins; Saulo Amaral,
ouvidor-geral do município; Claudius Vinicius, presidente da Urbel
(Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte); Marco Antonio
Resende, procurador-geral do município; e Thaís Pimentel, presidente da
Fundação Municipal de Cultura.
Outro posto vago na PBH é o de secretário de Esportes e
Lazer, ocupado por Zito Vieira, do PCdoB. Os comunistas decidiram nesta
quinta-feira deixar a chapa de apoio à reeleição de Lacerda e entraram
na coligação chefiada pelo petista e ex-ministro Patrus Ananias.
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