domingo, 29 de julho de 2012

De princesas e maldições globais


Por Leila Cordeiro

O que mais se vê nos dias de hoje é um mundo de futilidades onde o que determina a importância de uma pessoa é o que ela tem, desde as marcas famosas e milionárias que usa dos pés a cabeça até o corpo sarado, esculpido nas academias de ginástica ou no bisturi dos cirurgiões plásticos que prometem a sonhada eterna juventude.

E toda essa frivolidade é estampada prioritariamente nas capas de revistas e sites especializados em “celebridades”.

Já sei que vão dizer que, se existem essas revistas e sites, é porque há público que os prestigia. É verdade. Mas não custa destacar os exemplos positivos que, de vez em quando, encontramos na contramão desse mundo de faz de conta. Exemplos dados por duas mulheres lindas e famosas.

A primeira é a Duquesa de Cambridge, Kate Middleton, de comportamento simples e discreto. Sem necessidade nenhuma de se autoafirmar. A princesa revelou em entrevista que mistura em seu guarda-roupa peças luxuosas com roupas compradas em lojas populares E diz isso na maior trnaquilidade, sem perder a majestade. Ela conta que uma semana antes da abertura dos Olímpicos, ela e o marido, o príncipe William, participaram de vários eventos com jovens esportistas britânicos.

E Kate não fugiu ao seu estilo realista longe das futilidades desnecessárias. Consciente de que lugar de posar de princesa é no palácio ou em eventos específicos, despiu-se de trajes sofisticados e usou um vestidinho que está em liquidação na loja inglesa Hobbs, e custa o equivalente a R$ 110.

Com isso, Kate vai acumulando pontos diante de seus súditos. Eles sabem que tem no palácio uma verdadeira princesa – futura rainha - que sabe valorizar o que realmente importa na vida, a simplicidade sem máscaras.


Outra princesa, só que não oficialmente, mas eleita pelo público da TV quando fazia novelas, Ana Paula Arósio também surpreendeu pela sinceridade de sua decisão de se afastar da TV por tempo indeterminado.

Longe da tela global há dois anos, a atriz de 37 anos contou a um site o porquê de ter deixado a carreira de lado e abdicado de um dos postos mais cobiçados pelos artistas, o lugar de protagonista nas novelas da primeira emissora do país. "Deixei a Globo por uma questão muito pessoal. Os detalhes disso pertencem a mim, à minha história de vida. Fiz muito mais amigos que inimigos no meu trabalho”, disse ela em entrevista reproduzida na UOL e no Globo.com.

Ana Paula Arósio está morando, desde que saiu da Globo, em seu sítio na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, interior de São Paulo, com o marido, o arquiteto Henrique Pinheiro. Ela informa na reportagem que seus programas atualmente são compromissos familiares e reuniões com amigos.

Arósio revelou ainda que apesar de difícil, foi a melhor decisão que tomou na vida e que está se sentindo “melhor do que nunca’. Perguntada se no futuro não voltaria a TV, ela respondeu: "Pode até ser que um dia eu decida voltar. Não sei... mas, por enquanto, não penso em retomar ao trabalho, não”.

Taí, uma atitude corajosa que só é tomada por alguém que confia muito em si mesma e despreza qualquer rótulo ou glamour fabricado, que tem data de validade e não livra a cara de ninguém. Na TV, quando o tempo passa, as pessoas ficam descartáveis e como peças de um jogo antigo, são deslocadas para lugares com menos visibilidade até alcançar a porta da rua, falando em português claro e objetivo.

E Ana Paula faz questão de finalizar a entrevista com uma reflexão mais do que realista. Ela disse:

"Ser ator é ter o glamour como obrigação. Você tem sempre que estar bem, deve cuidar obsessivamente da aparência, sem muito espaço para a vida emocional. Não vou negar que isso pesou sim... e muito! Cheguei à conclusão que não é só de dinheiro e de fama que a gente deve viver. Estava nessa vida corrida desde os 12 anos”. 

E pra não dizer que não falei de Jogos Olímpicos, destaque para outra Ana Paula, a Padrão. Depois de três anos no SBT e cinco na Record, ela ainda não conseguiu se livrar do fantasma da Globo, que pelo visto a atormenta dia e noite. A jornalista, pela segunda vez, trocou o nome do telejornal que apresenta pelo nome de um produto da concorrente.

Na primeira vez chamou o Jornal da Record de Jornal Nacional. Faz alguns meses. Agora, em plena abertura solene dos Jogos de Londres, ela trocou o Jornal da Record por Jornal da Globo.

A direção da Record minimizou o episódio para a mídia, mas a boca pequena o que se comenta nos corredores da emissora do bispo é que a gafe foi insuportável. Veja, aqui, o momento em que a Padrão é atacada pela maldição global.

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